O volume de trocas comerciais entre Angola e a China atingiu 24 mil milhões de dólares em 2024, mantendo o país como um dos principais parceiros africanos do ‘gigante asiático’ e reforçando uma cooperação bilateral que se mantém activa há mais de quatro décadas.
Os dados foram avançados em Luanda pelo presidente da Câmara de Comércio Angola–China (CAC), Luís Cupenela, durante a conferência “A Influência do Sector Empresarial Chinês na Economia Nacional de Angola”, promovida pela CAC e pela TV Zimbo.
Segundo o responsável, a balança comercial registou entre 2023 e 2024 uma variação positiva de cerca de 1%, passando de 23,8 para 24 mil milhões de dólares, enquanto o stock de investimento chinês no país se manteve acima dos 27 mil milhões de dólares. Desse montante, cerca de 5 mil milhões foram aplicados no sector não-petrolífero, numa tendência de diversificação da economia angolana.
“A cooperação com o gigante asiático traduz-se em benefícios e progresso mútuo, desde que saibamos tirar maior proveito das oportunidades. A China está comprometida com um desenvolvimento de alta qualidade, servindo como pilar da estabilidade socioeconómica global”, afirmou Luís Cupenela.
Mais de 500 empresas de direito angolano com capital chinês operam actualmente no país, participando activamente na sua dinâmica económica e gerando milhares de postos de trabalho. Apesar das incertezas provocadas pela conjuntura internacional, Cupenela considerou que “a China e os empresários chineses continuam a acreditar no futuro de uma Angola comprometida com o progresso”.
O embaixador da China em Angola, Zhang Bin, destacou, por sua vez, que a cooperação económica e comercial entre os dois países alcançou “progressos notáveis e resultados tangíveis” nos últimos 42 anos, consolidando-se como uma das parcerias mais consistentes no continente africano.
O diplomata sublinhou o papel das empresas chinesas na reconstrução nacional, com investimentos significativos em caminhos-de-ferro, estradas, portos, aeroportos, hospitais, habitação e sistemas de abastecimento de água. Para além das infra-estruturas, os investimentos chineses têm-se expandido para sectores como a agricultura, mineração, finanças, indústria transformadora, imobiliário e serviços.
“O investimento das empresas chinesas em Angola não só criou inúmeros postos de trabalho e receitas fiscais, como também contribuiu para a formação de técnicos qualificados e para a diversificação económica do país”, acrescentou Zhang Bin.
O coordenador-geral da TV Zimbo, Paulo Julião, salientou igualmente que o investimento chinês “é hoje um dos pilares da cooperação económica internacional de Angola”, visível em praticamente todos os sectores estratégicos.
A conferência decorreu num contexto simbólico: a celebração dos 17 anos da TV Zimbo, dos 42 anos de cooperação Angola–China e do cinquentenário da independência de Angola, a assinalar-se a 11 de Novembro.
*Com Lusa