“Angola e Moçambique farão do português a língua mais falada do continente africano, a seguir ao inglês”, a previsão é do presidente do Observatório da Língua Portuguesa (OLP), Lauro Moreira, que falava, em Lisboa, à margem do lançamento do livro “Nos 25 anos da CPLP – Estudos em homenagem a José Aparecido de Oliveira e Ricardo Arnaldo Malheiros Fiuza”.
“Angola e Moçambique têm população gigante, mas o factor principal da expansão da língua portuguesa na África Austral são os empresários de vários países a entrarem e muitos a criarem residência. Não tem como as pessoas não levarem o português para mais longe em África”, realçou o co-autor do livro, Lauro Moreira.
De acordo Lauro Moreira, hoje mais de 100 mil milhões de pessoas falam a Língua portuguesa no mundo. “Tal coisa não se fazia sentir nos anos 60”, lembrou.
Entretanto, o presidente do Observatório da Língua Portuguesa, sublinha que os cerca de um milhão e meio de brasileiros que estão espalhados na diáspora, mostra que o Brasil é o país da CPLP que mais tem cidadãos na diáspora, que levam a língua portuguesa para vários pontos do mundo.
“Angola tem cerca de 440 mil cidadãos a viverem na diáspora, Moçambique 650 mil, Cabo verde vem a seguir com cerca de 180 mil e isso vem reforçar o número de falantes do português pelo mundo. Só para termos noção, o português é a língua que mais cresce no mundo, é superior ao castelhano e o inglês”, destacou, acrescentando que “a questão de um dia o português ser língua oficial das Nações Unidas é muito importante e deve ser um desígnio que todos devemos prosseguir”.
Livro reflete trajectória e contribuições da CPLP
O livro lançado nesta Quarta-feira, 12, na sede da CPLP, em Lisboa, reflete a trajetória da organização e as contribuições que foi capaz de dar nos últimos anos. A obra divide-se em duas partes, sendo que na primeira estão “textos sobre os antecedentes históricos da CPLP”, “a cooperação no âmbito da CPLP”, “a evolução da CPLP e a posição do Brasil”, “o Instituto Internacional da Língua Portuguesa” e “a cooperação no âmbito da Educação e da Cultura”.
Já a segunda parte é assinada por autores originários dos países que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, nomeadamente Maria Angela Carrascalão (Timor-Leste), Maria do Carmo Trovoada Silveira (São Tomé e Príncipe), Vera Duarte Pina (Cabo Verde), Pepetela (Angola) e Murade Murargy (Moçambique). Todos fazem reflexões sobre a relação entre os seus países e a CPLP.