Angola encaixa 790.43 milhões USD com exportação de 8,18 milhões de quilates de diamantes brutos, mas com queda de 14%

Angola exportou, no primeiro semestre deste ano, aproximadamente 8,18 milhões de quilates de diamantes brutos, avaliados em cerca de 790.43 milhões de dólares, com um preço médio por quilates fixado em 96,7 dólares. O dados forma avançados esta Sexta-feira, 31, em Luanda, pelo secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Correa Victor, durante a…
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Durante o outlook dos diamantes, Jânio Correa Victor sublinhou que as pedras preciosas tiveram principais mercados Emirados Árabes Unidos, Bélgica e Hong Kong, explicando que os referidos mercados absorveram mais de 90% das exportações.
Economia Negócios

Angola exportou, no primeiro semestre deste ano, aproximadamente 8,18 milhões de quilates de diamantes brutos, avaliados em cerca de 790.43 milhões de dólares, com um preço médio por quilates fixado em 96,7 dólares.

O dados forma avançados esta Sexta-feira, 31, em Luanda, pelo secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Correa Victor, durante a apresentação das realizações sobre a produção, comercialização, exportações de diamantes e perspectivas para o ano de 2025.

Durante o outlook dos diamantes, Jânio Correa Victor sublinhou que as pedras preciosas tiveram principais mercados Emirados Árabes Unidos, Bélgica e Hong Kong, explicando que os referidos mercados absorveram mais de 90% das exportações.

Entanto, o secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Correa Victor, destacou que comparado com o 1º semestre de 2024, o volume exportado registou um aumento de 108,9%, apesar de uma redução de 14%, no valor resultante das exportações.

No primeiro semestre de 2025, referiu, a produção atingiu 6,8 milhões de quilates, correspondendo a um aumento de 23,2% em comparação com o período homólogo.

“Este desempenho reflecte a estabilidade operacional das principais unidades mineiras em actividade, com destaque para a Sociedade Mineira do Catoca e para a Sociedade Mineira do Luele, reforçando o compromisso do Executivo em promover um sector mineiro moderno, sustentável, capaz de impulsionar o desenvolvimento económico e social do país”, justificou.

Entretanto, reforçou que a produção de diamantes de Janeiro até Setembro é de 10,7 milhões de quilates, que representa um grau de execução de 72,3% com relação a meta de 14,8 milhões de quilates estabelecida no PDN para este ano.

“Relativamente às perspectivas de comercialização para o ano, as projecções apontam para um cenário encorajador, alicerçado fundamentalmente pelo facto de que, para este ano de 2025, prevê-se que a produção global de diamantes brutos fique abaixo dos 100 milhões de quilates, interrompendo a tendência de crescimento observada na última década”, disse.

Mercado diamantífero internacional atravessa crise

A este facto, segundo Jânio Correa Victor, junta-se a manutenção de elevados stocks de diamantes lapidados, o consumo moderado de joias com diamantes nos Estados Unidos, influenciado pela incerteza económica e pelo agravamento das tarifas de importação sobre a joalharia indiana.

“Com muito orgulho podemos afirmar que Angola consolida-se como uma fonte atractiva de diamantes brutos de qualidade gema, o que reforça a sua posição estratégica no mercado internacional”, frisou.

O secretário de Estado para os Recursos Minerais fez saber que o mercado diamantífero internacional atravessa uma crise marcada pela rápida e contínua expansão dos diamantes sintéticos, cuja comercialização cresceu para cerca de 84% em 2025, nos Estados Unidos, provocando uma queda de 90 a 95% nos preços em relação a 2015.

Essa transformação, de acordo com o responsável, reduziu a procura por diamantes naturais, aumentou os stocks de diamantes lapidados, levando, consequentemente, a operação em baixa, cerca de 60% das suas capacidades, da indústria de lapidação na Índia.

“A concorrência dos diamantes sintéticos, somada às incertezas económicas globais, as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos e à estagnação do mercado chines desde a pandemia, têm agravado o desempenho do segmento, tornando os diamantes sintéticos o principal desafio em toda a cadeia de valor dos diamantes naturais”, precisou.

Pese embora este cenário internacional sombrio, Jânio acrescentou que o segmento diamantífero nacional continua a demonstrar solidez e fiabilidade, constituindo um pilar essencial da economia.

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