Os preços de venda de diamantes brutos em Angola permanecem abaixo do desejado, reconheceu esta Terça-feira, 26, em Luanda, o administrador da Empresa Nacional de Comercialização de Diamantes de Angola (SODIAM), Neves Silva.
O responsável interveio no painel “Marcos e desafios dos diamantes de Catoca e projecção futura”, que marcou a abertura da ExpoCatoca, evento realizado sob o lema “Aqui, Onde os Diamantes Encontram a Comunidade”. Silva destacou que, desde 2019, Angola construiu um mercado diamantífero mais atrativo e com melhor desempenho, embora ainda enfrente o desafio dos preços.
A Sociedade Mineira de Catoca – maior produtora do país e que celebra três décadas de actividade –, assim como as demais minas angolanas, opera em média com 12 vendas anuais. Segundo o administrador da SODIAM, a empresa é vista como um activo financeiro sólido e confiável para compradores internacionais.
Na mesma linha, o diretor-geral da Sociedade Mineira de Catoca, Benedito Paulo Manuel, sublinhou que a companhia representa hoje um negócio consolidado e de dimensão global.
Já Jacques Botes, diretor-geral da internacional Authentia, foi mais incisivo ao considerar a questão dos preços como um “problema enorme” para o sector. Para ele, a criação de uma marca premium da Catoca poderia reposicionar os diamantes naturais no mercado, tornando-os mais competitivos face aos sintéticos.
Botes apresentou ainda as soluções digitais da Authentia, que utilizam tecnologia blockchain para registar e autenticar cada pedra, garantindo transparência e confiabilidade desde a extração até à certificação. “Cada diamante recebe uma identificação única com suas principais características, como peso, lapidação, pureza e cor. Esse registo no blockchain assegura uma jornada transparente e inviolável”, afirmou.
De acordo com o gestor, a digitalização dos processos de certificação e gestão da cadeia de suprimentos reduz custos, elimina redundâncias e optimiza toda a operação, oferecendo vantagens competitivas para a indústria angolana.
“A imutabilidade do blockchain é a chave para garantir que as informações sobre cada diamante permaneçam confiáveis”, concluiu, Jacques Botes.