Angola exporta quase 91 milhões de barris e reforça presença no mercado energético asiático

Angola exportou cerca de 90,95 milhões de barris de petróleo bruto no terceiro trimestre de 2025, avaliados em 6,29 mil milhões de dólares, ao preço médio ponderado de 69,16 dólares por barril, informou o secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso. O volume representa um aumento de 7,19% face ao segundo trimestre…
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Num trimestre marcado por volatilidade e ajustamentos globais, o petróleo e o gás angolano mostraram sinais de recuperação, sustentados pela estabilidade do Brent e pela crescente procura do mercado asiático.
Economia

Angola exportou cerca de 90,95 milhões de barris de petróleo bruto no terceiro trimestre de 2025, avaliados em 6,29 mil milhões de dólares, ao preço médio ponderado de 69,16 dólares por barril, informou o secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso.

O volume representa um aumento de 7,19% face ao segundo trimestre do ano, embora registe uma queda de 10,91% em relação ao mesmo período de 2024.

A China manteve-se como o principal destino das exportações, absorvendo 59,63% do total, seguida pela Índia (8,59%), Indonésia (7,61%) e Espanha (4,13%).

Ao intervir na Reunião sobre as Realizações do Mercado do Petróleo Bruto, relativa ao terceiro trimestre e análise das perspectivas para o quarto, José Barroso salientou que a evolução do mercado esteve marcada por factores geopolíticos e monetários que influenciaram a cotação internacional.

Entre esses factores, destacou-se a intenção dos Estados Unidos da América de agravar as tarifas sobre países que mantêm comércio com a Rússia, a redução dos níveis de reservas petrolíferas norte-americanas, e a decisão da Reserva Federal (FED) de cortar as taxas de juro, elementos que contribuíram para sustentar os preços globais.

O Brent Datado registou, no período em análise, um preço médio de 69,12 dólares por barril, com uma ligeira volatilidade explicada por uma combinação de sinais contraditórios na economia mundial. “Apesar do abrandamento económico da China e dos Estados Unidos e da incerteza sobre o crescimento global, os preços mantiveram alguma resiliência”, observou o secretário de Estado.

Em termos de valor bruto, o montante correspondente às exportações angolanas aumentou 9,25% em relação ao trimestre anterior, embora tenha recuado 22,24% face ao mesmo trimestre de 2024, reflectindo o impacto da volatilidade dos preços internacionais e das oscilações na procura.

No domínio do gás natural, Angola exportou cerca de 1,63 milhões de toneladas métricas no terceiro trimestre, das quais 88,62% correspondem a Gás Natural Liquefeito (LNG). O valor total das exportações atingiu 900,7 milhões de dólares, o que representa um aumento de 18,36% face ao trimestre anterior e 16,74% em relação a 2024.

O crescimento, segundo José Barroso, deveu-se sobretudo à subida dos preços do gás no mercado internacional e à forte procura asiática. “O LNG foi exportado maioritariamente para o continente asiático, com 66,55% do total, sendo a Índia o principal destino, com 57,03% do volume exportado”, detalhou.

Apesar da volatilidade, o desempenho do sector petrolífero e do gás reforça a posição de Angola como fornecedor energético relevante no mercado asiático, numa conjuntura de transição global e reconfiguração das cadeias de abastecimento.

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