Angola lidera criação do African Energy Bank para financiar a transição energética

Angola reafirma o seu protagonismo no sector energético africano, ao liderar a iniciativa de criação do African Energy Bank (AEB) – um instrumento pensado para redefinir o futuro energético de África. Idealizado em 2021, durante a reunião da Organização dos Países Africanos Produtores de Petróleo (APPO, na sigla em Inglês), em Luanda, o banco poderá…
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Angola, Nigéria e Gana já asseguraram 44% dos 500 milhões de dólares do capital mínimo inicial exigido para a operacionalização da instituição que promete financiar uma transição energética justa e adaptada ao contexto africano.
Economia

Angola reafirma o seu protagonismo no sector energético africano, ao liderar a iniciativa de criação do African Energy Bank (AEB) – um instrumento pensado para redefinir o futuro energético de África.

Idealizado em 2021, durante a reunião da Organização dos Países Africanos Produtores de Petróleo (APPO, na sigla em Inglês), em Luanda, o banco poderá ser formalmente sediado em Abuja, mas carrega no ADN a marca da visão angolana para uma transição energética soberana e realista, defendida pelo minstro dos Recurso Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo.

Numa parceria com o Banco Africano de Exportação-Importação, também conhecido como Afreximbank, o novo banco será um mecanismo crucial para financiar uma transição energética justa e adaptada ao contexto africano, equilibrando as metas globais com a realidade das economias produtoras de petróleo e gás.

De acordo com o secretário-geral da APPO, Omar Farouk Ibrahim, a data oficial de lançamento será definida na próxima reunião ministerial, prevista para 4 de Novembro em Brazzaville. Até ao momento, Angola, Nigéria e Gana já asseguraram cerca de 44% dos 500 milhões de dólares exigidos para o capital mínimo inicial, conforme apurou a Forbes África Lusófona.

O AEB nasce num momento crucial, considerando que África precisa de conciliar o aproveitamento das suas reservas de petróleo e gás com a pressão para acelerar energias renováveis, num equilíbrio entre urgências ambientais e prioridades de desenvolvimento.

Mais do que uma nova instituição financeira, o AEB simboliza um passo decisivo para fortalecer a autonomia energética e financeira de África, ao mesmo tempo que projecta Angola como centro de decisões estratégicas no continente.

Para Angola, o AEB é mais do que diplomacia financeira: é a afirmação de que o continente pode financiar a sua transição energética nos seus próprios termos, reforçando a autonomia estratégica e a capacidade de decisão no palco global.

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