O Movimento de Estudantes Angolanos (MEA) denunciou esta semana que “Angola não cumpre os protocolos internacionais de educação e deixe sem acesso à educação entre sete e oito milhões de crianças por ano”.
Num comunicado divulgado a propósito do Dia Internacional da Educação, o MEA disse ter assinalado a data “com enorme tristeza e insatisfação”, salientando que, “infelizmente, Angola descumpre com os protocolos internacionais sobre educação”.
O MEA condenou “energicamente a irresponsabilidade do Estado angolano no capítulo da educação”, apontando 19 mil salas de aulas debaixo de árvores, escolas onde falta giz, sem água, sem quadros.
“Não podemos aceitar que em pleno século XXI, o país continue a produzir analfabetos, crianças e adolescentes de 14/15 anos que nunca se sentaram numa sala de aulas, não sabem ler nem escrever. Não podemos olhar isso de ânimo leve”, sublinhou o MEA.
Segundo a Lusa, o movimento estudantil lamentou ainda aquilo a que chama de “silêncio conivente da UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura]”, que a seu ver deveria ser o “guardião dos estudantes perante a falta de quase tudo nas escolas públicas, mas que não faz absolutamente nada, para pressionar o seu parceiro a mudar de comportamento”.