A população angolana poderá crescer e chegar aos 73 milhões de pessoas, antes de 2050, perspectivou o representante do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) no país, Mady Biaye.
De acordo com o quadro da ONU, que falava aos jornalistas no final da apresentação do Relatório sobre a Situação da População Mundial 2023 denominado “8 Bilhões – Infinitas Possibilidades”, Angola tinha até ao ano passado 35,6 milhões de pessoas.
“A população vai continuar a crescer bastante, porque foram feitos enormes investimentos para reduzir a mortalidade, e a taxa de fecundidade fica ainda num nível mais alto. A população vai dobrar mesmo”, garantiu.
Mady Biaye referiu que isso significa que a pressão e o impacto social deste crescimento vão exigir tomadas de medidas antecipadas, “com uma liderança visionária capaz de criar mais condições de infra-estruturas”, como escolas e hospitais. “Quem quiser fazer filho, pode fazer o número que desejar, mas com responsabilidade em termos de maternidade e paternidade”, apelou.
Por outro lado, o representante da UNFPA sublinhou que a concretização da saúde sexual reprodutiva e dos direitos reprodutivos para todos é a base da igualdade do género e oportunidade, lamentando o facto de “mais de 40% das mulheres em todo o mundo não podem exercer o direito de tomar decisões tão fundamentais”, como ter ou não filho.
“O empoderamento das mulheres, através da educação e do planeamento familiar pode trazer enormes benefícios em termos de capital humano e do crescimento económico inclusivo. Na verdade, o desenvolvimento sustentável não pode ser alcançado sem garantir que todas as mulheres e homens gozem da dignidade e dos direitos humanos, para expandir as suas capacidades, garantir a sua saúde, direitos reprodutivos, encontrar um trabalho digno e estimular a prosperidade económica”, disse.
Por sua vez, o Governador de Luanda, Manuel Homem, que presenciou a apresentação do relatório, lembrou que estudos indicam que a capital do país, que dirige, tem actualmente perto de 10 milhões de habitantes, o que coloca grandes desafios na gestão da população e da condição social das famílias.
“Penso que estamos alinhados com o sistema das Nações Unidas, mas precisamos continuar a empoderar as mulheres, insistindo na educação como factor de preparação das mulheres, das famílias e das crianças para podermos enfrentar este novo desafio que temos em relação à reprodução e à criação de uma sociedade mais equilibrada”, defendeu.
Segundo o UNFPA, em Novembro de 2022, a população mundial chegou a 8 bilhões, “sinalizando grandes melhorias na saúde pública que reduziram o risco de morte e aumentaram a expectativa de vida”.