O petróleo não pode continuar a ser a chave da economia angolana, segundo defende o economista Afonso Malaca, para que o país precisa diversificar a economia para dar resposta a todos os problemas sociais e estruturais que vive.
“Este é o grande modo de desenvolvimento que nós precisamos ter. Nós precisamos de olhar a questão do petróleo, não marginalizar e nem colocar como o fim, mas trabalhar com tudo aquilo que temos como recursos”, defendeu Malaca.
Ao participar do painel “Avanços e Recuos – Perspectivas de Desenvolvimento Sustentável da Economia Nacional”, durante o Fórum Banca e Seguros 2025, que decorreu na última Sexta-feira, 15, na capital angolana, numa organização da AJECO, o especialista economista justificou que o país tem todas as capacidades e recursos naturais suficientes para diversificar muito mais rápido a economia, tendo referido que “isto só seria possível se investirmos claramente na formação”.
De acordo com Afonso Malaca, “Angola tem tudo para dar certo”, no entanto, “precisa apostar na formação dos jovens e olhar para outros sectores que também são importantes para o crescimento da economia nacional”.
“Nós temos o petróleo que já é uma base que sustenta a nossa economia e é fundamental para todos os outros passos que precisamos dar. Porém, precisamos de externalizar essas vantagens que temos”, disse.
O economista ressaltou ainda que o país tem uma base económica que muitas das economias a nível do mundo gostariam de ter, realçando que os outros sectores podem contribuir muito mais para a economia do país.
Por sua vez, a especialista em bancas e seguros, Euriteca Nunes, defendeu que Angola tem boas perspectivas para um futuro risonho e com grande presença no mercado, pelo posicionamento que tem a nível da África Austral.
“Mas também temos grandes desafios a partir do momento em que a inflação e a taxa de câmbio são dois indicadores muito vulneráveis que afectam a nossa economia, porque ainda dependemos muito das importações”, lamentou.
Outro desafio, apontado por Euriteca Nunes são as infra-estruturas, o fornecimento de energia e água potável. “Ainda temos grandes debilidades no país. Temos também debilidades a nível de transportes e estradas. Em suma, ainda temos muito que fazer para melhorar o nosso ambiente e negócio”, concluiu a especialista.