Angola está a registar um aumento expressivo nos investimentos a montante em petróleo e gás, com 60 mil milhões de dólares planeados para os próximos cinco anos, segundo o presidente do conselho de administração da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Paulino Jerónimo.
A projeção foi partilhada na newsletter oficial da 6.ª edição da conferência Angola Oil & Gas (AOG), que terá lugar em Luanda nos dias 3 e 4 de Setembro de 2025.
De acordo com Jerónimo, o volume de investimento resulta da estratégia de licenciamento “agressiva” lançada em 2019, das reformas regulatórias em curso e da adopção de estruturas de investimento mais flexíveis, lideradas pela ANPG.
“Enquanto o país se prepara para lançar a sua próxima ronda de licenciamento e promove áreas através de negociação directa, Angola afirma a sua posição como um destino privilegiado para o investimento em petróleo e gás”, sublinhou.
Desde 2019, Angola atribuiu mais de 30 concessões em quatro rondas de licenciamento, rumo ao objectivo de disponibilizar 50 blocos até 2025. A próxima ronda deverá ocorrer ainda este ano, com a oferta de 10 blocos offshore nas bacias do Kwanza e de Benguela. O processo segue-se ao concurso de 2023–2024, no qual nove empresas se qualificaram como operadores e cinco como não-operadores.
Além disso, três companhias internacionais já apresentaram propostas para blocos da bacia terrestre do Kwanza que não foram adjudicados em concursos anteriores. Paralelamente, a ANPG mantém em vigor um regime de oferta permanente, com 11 blocos disponíveis, permitindo investimento fora das rondas tradicionais. Em 2024, o país introduziu ainda cinco campos marginais em blocos de produção, destinados a pequenos operadores interessados em produção de curto prazo.
Outro eixo da estratégia é a expansão da biblioteca nacional de dados sísmicos. Actualmente, Angola dispõe de extensa base 2D e 3D, reforçada por novas campanhas de aquisição que visam aprofundar o conhecimento geológico onshore e offshore.
Na Angola Oil & Gas 2025, Paulino Jerónimo deverá detalhar como Angola planeia aumentar a produção através de novas campanhas de exploração, parcerias estratégicas e aquisições sísmicas, consolidando o país como o segundo maior produtor da África Subsariana e um polo competitivo no sector energético global.