O Governo angolano pretende internacionalizar o Museu do Reino do Congo, instalado no antigo palácio real construído em 1901, repartido por seis pequenas salas, que chegou a ter mais de 2 000 artefactos, mas, actualmente, o acervo tem pouco mais de 100 peças, que se espera venham a ser aumentadas com espólio recuperado no estrangeiro.
Segundo o seu director, Avelino Manzueto, a 08 de Novembro de 2023, o antigo Museu dos Reis do Congo converteu-se em Museu Regional do Reino do Congo, para que a sua dimensão “abranja um nível internacional”. Em entrevista à Lusa, o responsável adiantou ainda que há também um projecto de cooperação para resgatar “alguns acervos que estão em outros países”.
Manzueto revelou que o museu, ficou fechado entre 1982 e foi reaberto em 2007, “perdeu muitas peças devido à guerra, tendo ficado em estado de abandono, e conta actualmente com 105 peças”.
“Já identificamos alguns países, não só em termos de acervos, mas também as obras literárias e a arte, nomeadamente o Brasil. Nós sabemos a relação do Brasil com Angola, a questão do comércio triangular (de escravos), o papel do reino do Congo, dos Estados Unidos da América, a Bélgica, e do próprio Portugal, porque Angola foi uma província ultramarina de Portugal”, salientou.
O director afirmou que o trabalho está a ser desenvolvido com especialistas e investigadores, “numa perspectiva da cooperação” para que se tenha “a oportunidade de resgatar os acervos museológicos”.
O responsável salienta que além da importância para a identidade cultural, o aumento do acervo iria atrair mais turistas. No ano passado, por exemplo, o museu acolheu 7 420 visitantes de vários países do mundo, com destaque para Portugal, Brasil, Alemanha, os dois Congos, África do Sul e a Zâmbia.
O desafio, para o responsável do museu, passa também por reforçar os recursos humanos, renovar as exposições e criar estratégias para que seja possível construir um novo museu, de dimensão internacional, “assente nos pilares dos três Congos, com Angola, República Democrática do Congo e Brazzaville”, um projecto conjunto que se pretende que envolva especialistas dos vários países.
*Napiri Lufánia