O Governo de Angola vai apostar em projectos de capacitação em geociências e na produção de mapas formativos, afirmou Quarta-feira, 15, em Luanda, o secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Correa Victor.
Discursando na abertura da 15.ª Assembleia Geral Anual da Organização de Serviços Geológicos Africanos (OAGS), o responsável angolano referiu que sem a geociências e consequentemente sem os geocientistas “não poderíamos ter o nível de vida que depende grandemente dos recursos minerais existentes”.
Jânio Correa Victor lembrou que a OAGS foi instituída com o propósito de imprimir uma nova dinâmica nas parcerias para o desenvolvimento em África e facilitar a cooperação para pesquisas geológicas em todo continente, através de elaboração e implementação dos projectos de capacitação em geociências, produção de mapas formativos, capacitação institucional e transparência de habilidades em tecnologias e know how.
Segundo o governante, a conferência dos chefes de Estado e de Governos da União Africana (UA) realizada em 2009, recomendou que “num contexto de preços elevados das matérias-primas, sendo que o continente possui imensos recursos minerais, os países que se encontravam em melhor situação económica e técnica devem servir como âncora para o desenvolvimento dos outros”.
A intenção, frisou, é fazer com que os países africanos deixem de ser meros exportadores de minerais brutos e passem a transforma-los internamente nos respectivos países, acrescentando assim valor a esses, ao mesmo tempo que promovem o desenvolvimento sustentável e a empregabilidade para as populações, em especial para a camada mais jovem.
Por sua vez, Rokhaya Samba Diene, presidente da OAGS e directora-geral do Serviço Geológico Nacional do Senegal (SGNS), assegurou que a organização promove e apoia programas geocientíficos e “iniciativas de qualidade” no continente africano, através da exploração mineral, avaliação de recursos hídricos sustentáveis, uso sustentável da terra e desenvolvimento.
“Uma boa investigação geológica é a base consciente para gestão dos recursos, ajuda na negociação, exploração e qualidade de vida dos cidadãos”, defendeu Rokhaya Diene.
A Organização de Serviços Geológicos Africanos foi lançada, em 2007, como uma iniciativa da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD), através da Parceria Minera Africana.
*Napiri Lufánia