“ANGOTIC é crucial para a transformação do sector tecnológico do país” – Governo

O ministro das Telecomunicações, Tecnologias e Comunicação Social de Angola, Mário Oliveira, considerou esta sexta-feira, em Luanda, que o ANGOTIC é uma ferramenta crucial para a transformação do sector tecnológico do país.  "O sucesso alcançado nas edições anteriores do ANGOTIC, dá-nos confiança de afirmar que este evento vai-se tornando num dos mais importantes para a…
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"O sucesso alcançado nas edições anteriores do ANGOTIC, dá-nos confiança de afirmar que este evento vai-se tornando num dos mais importantes para a jornada da transformação digital", Governo.
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O ministro das Telecomunicações, Tecnologias e Comunicação Social de Angola, Mário Oliveira, considerou esta sexta-feira, em Luanda, que o ANGOTIC é uma ferramenta crucial para a transformação do sector tecnológico do país. 

“O sucesso alcançado nas edições anteriores do ANGOTIC, dá-nos confiança de afirmar que este evento vai-se tornando num dos mais importantes para a jornada da transformação digital, não só de Angola, mas também do continente africano”.

Mário Oliveira discursava na cerimónia de lançamento oficial do ANGOTIC 2025, agendado para os dias 12, 13 e 14 de Junho, sob o lema “50 anos a comunicar, a modernizar e a desenvolver Angola”.

Ao intervir na cerimónia de lançamento da 5ª edição do ANGOTIC, que decorre no âmbito das celebrações dos 50 anos de independência da República de Angola, o ministro destacou que o encontro vai permitir delinear estratégias e traçar rumos para a transformação digital de Angola, da região e do continente no geral.

O ANGOTIC, sublinhou, constitui, igualmente, numa plataforma para a discussão de temas de relevância e contribuir para encontrar caminhos comuns, assim como explorar oportunidades que se abrem com vista à transformação digital das organizações e empresas, com a finalidade da modernização tecnológica da economia e da sociedade.

Quanto a Transformação digital

Mário Oliveira destacou o Programa Espacial Nacional, a Rede Nacional de Banda Larga em Fibra Óptica, a adesão de Angola aos Cabos Submarinos Internacionais, os projectos “Angola Digital”, “Angola Online”, “Conecta Angola”, assim como a expansão da Cobertura Móvel Nacional, que considerou como êxitos que têm permitido os técnicos angolanos gerir os diferentes sistemas tecnológicos.

Segundo o ministro, estes programas, coordenados e desenvolvidos pelo sector, são a base para a transformação digital do país, digitalização da economia e serviços, assim com a diminuição da infoexclusão, permitindo que mais angolanos possam ter acesso à Internet e aos serviços digitais.

No que toca ao ANGOTIC, Mário Oliveira indicou que os sucessos alcançados nas edições anteriores dão a confiança de se poder afirmar que o evento se vai tornando num dos encontros mais importantes para a jornada da transformação digital, não só de Angola, mas também do continente africano.

“Este é o objectivo que perseguimos e só será possível de se alcançar com a contribuição e empenho de todo o ecossistema digital angolano e, em particular, os nossos parceiros”, disse.

Mário Oliveira destacou a qualidade dos debates de alto nível, as conexões importantes que puderam ser estabelecidas e as soluções tecnológicas inovadoras apresentadas durante as edições anteriores.

A promoção de negócios, parcerias e investimentos para alavancar o surgimento e consolidação de uma sociedade inteligente, disse, será um dos focos principais.

O Fórum vai servir ainda para se fazer um ponto de situação sobre o estado da arte na captação de novos talentos e a capacitação dos jovens em Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), prestando especial atenção às raparigas.

“Tal como puderam constatar durante a apresentação dos termos de acesso e participação, em 2025, pretendemos inovar, adoptando um paradigma que reflecte as melhores práticas usadas em eventos do nosso sector à escala mundial”, enfatizou.

Para o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, o lema escolhido para a próxima edição reflecte um momento de transcendente importância que o país vive, com o aproximar das comemorações dos 50 anos da Independência Nacional.

Com efeito, disse Mário Oliveira, pretende-se que o evento seja um momento de celebração da trajectória gloriosa do sector das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação em Angola, “uma trajectória que segue a tradição das formas de comunicação a longa distância, usadas pelos nossos ancestrais e que regista marcos de elevadíssima importância histórica”.

Nesta senda, destacou alguns marcos no sector das Telecomunicações como a publicação, em 1798 do Regulamento dos Correios de Angola, a instalação dos primeiros 50 telefones, em 1885, a inauguração, um ano depois, do Serviço Telegráfico Submarino entre Luanda e Lisboa e, no ano de 1889, o primeiro cabo submarino internacional de comunicações entre Luanda e a Cidade do Cabo, tocando Benguela e Moçâmedes.

Segundo o ministro, as mais recentes iniciativas de conectividade, quer terrestres, submarinas ou por satélite, estão a contribuir para a transformação do país numa verdadeira hub regional de comunicações.

“Também olhamos com muito orgulho a história percorrida pela imprensa escrita em Angola, que atingiu o seu apogeu nos finais do século XIX, onde destacamos as publicações “O Arauto Africano” e “O Farol do Povo””, sublinhou.

Quanto à radiodifusão, lembrou da primeira emissão de rádio em Angola, em 1933, pela Rádio Clube de Benguela, e a primeira transmissão televisiva, em 1962, pela Rádio Clube do Huambo.

A inovação dos Temas do ANGOTIC 2025

Para a edição do ANGOTIC 2025, os temas a serem abordados estarão centrados na “Conectividade”, “Inteligência Artificial”, “DNA digital”, “Cibersegurança” e “Criar confiança nas empresas”.

O programa prevê que seja dada a oportunidade aos patrocinadores indicarem sub-temas e os respectivos prelectores e, com isto, garantir um compromisso firme entre estes e o conhecimento tecnológico, garantindo a qualidade e o sucesso da sua abordagem durante o evento.

Para o ministro Mário Oliveira, os temas escolhidos vão permitir uma abordagem transversal, reflectindo as tendências actuais de desenvolvimento do sector.

Com o tema “Conectividade”, esclareceu, pretende-se explorar como a modernização das telecomunicações e os avanços nas redes estão a revolucionar a conectividade e a transformar o envolvimento do cliente.

Os participantes terão a oportunidade de se actualizarem com os serviços da próxima geração e tecnologias emergentes estão a moldar um futuro digital conectado.

No que toca à Inteligência Artificial (IA), será feita uma reflexão sobre o seu impacto no mundo e em África e como ela pode impulsionar novas oportunidades de inovação e crescimento em todos os sectores.

Durante as sessões, será explorado o poder transformador da IA e o seu potencial para impulsionar o crescimento económico e tecnológico, bem como estratégias para superar desafios e aproveitar a IA para melhorar a conectividade, optimizar as redes e fomentar a inovação.

Quanto ao tema “ADN digital”, será analisada a forma como esta tecnologia está a impulsionar a transformação sectorial e a alimentar o crescimento da agricultura, a energia e a indústria transformadora, criando novas oportunidades de crescimento económico e social.

No que toca à “Cibersegurança”, o ministro ressaltou a preocupação do ministério que dirige, uma vez que as vulnerabilidades das redes de comunicações se constituem num perigo para as empresas, organizações e os países.

O tema “Criar confiança nas Empresas” visa, por meio das tecnologias emergentes, revolucionar a indústria das Telecomunicações, desde a optimização das operações à melhoria da experiência do cliente e à promoção da eficiência energética.

No mesmo tema serão abordadas as tendências que se registam, destacando-se a necessidade das empresas adoptarem a IA para prosperarem no futuro digital.

Mário Oliveira espera que os participantes do ANGOTIC 2025 saiam do evento com energias renovadas e contributos valiosos, tendo em vista à transformação do panorama tecnológico nacional, sua evolução no país e além-fronteiras.

O ministro augurou, também, que sejam estabelecidas parcerias de conhecimentos “que nos tornem agentes da transformação das empresas e da sociedade na era do “5G”, bem como da conectividade omnipresente”.

Destaque das start-ups e os prémios

Durante a cerimónia de lançamento da 5ª edição do ANGOTIC, foram premiadas algumas start-ups que participaram e se destacaram na última edição, realizada em Junho deste ano.

A start-up “Sotec” conquistou o primeiro lugar, com a apresentação do projecto “Kizua digital”, um aplicativo que faz a tradução de textos escritos em línguas estrageiras para as nacionais e que indica pontos turísticos de Angola. Edmildo Felipe José, cofundador do grupo, disse que o mesmo tem como objecto principal desenvolver soluções de problemas voltados à Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), com aplicabilidade à robótica digital. 

Henrique da Silva subiu ao palco para receber o prémio da startu-p “Lupa”, desenvolvida com o objectivo de olhar para o mercado e trazer soluções para certos problemas pouco olhados pelas instituições do mercado angolano.

Uma dessas soluções foi o projecto denominado “Shopping integrado”, um aplicativo virtual que permite às Pequenas e Médias Empresas (PME) criar as suas lojas virtuais, especificamente aquelas que estão no ramo do Varejo e com custos baixos”.

Henrique da Silva disse que a “Lupa” tem já preparado um outro projecto para a exibição de 2025. “Vamos apresentar o “SIP” um sistema de investigação policial que, através dele, a Polícia Nacional poderá resolver, de forma mais prática, alguns crimes.

A start-up “Super Genius” venceu o terceiro lugar, com a apresentação de um dispositivo em PVG, uma tomada anti-choque projectada para aumentar a segurança no uso da energia eléctrica. Vasco Futila, director-geral do grupo, avançou que o grupo já trabalha na criação do novo projecto para o ANGOTIC 2025.

As start-up premiadas receberam computadores portáteis, tablets, um plano anual de comunicação grátis da rede UNITEL e um curso na área das TICS. Em 2024, durante os três dias do evento, participaram do ANGOTIC 2024, mais de 10 mil participantes, mais de 60 empresas, mais de 100 start-ups e o mesmo número de palestrantes.

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