Antigo primeiro-ministro acusa presidente guineense de práticas ilícitas

Após um retiro de dois meses, Nuno Gomes Nabiam, ex primeiro-ministro, conselheiro especial do Presidente da República aponta o dedo a Umaro Sissoco Embaló em várias frentes.O líder do APU PDG começou por elencar vários episódios de mau estar que tiveram lugar na sua coabitação com o actual presidente da República, afirmando que “em nome…
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Nuno Gomes Nabiam aponta o dedo aos “espancamentos deliberados, à entrada de droga em grande quantidade no país, à inexistência da separação de poderes e viagens em jactos privados".
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Após um retiro de dois meses, Nuno Gomes Nabiam, ex primeiro-ministro, conselheiro especial do Presidente da República aponta o dedo a Umaro Sissoco Embaló em várias frentes.
O líder do APU PDG começou por elencar vários episódios de mau estar que tiveram lugar na sua coabitação com o actual presidente da República, afirmando que “em nome do projecto em comum e ouvindo o conselho de pessoas fui gerindo a situação de forma mais passiva possível, ao ponto de aceitar que fosse colocada a figura de um vice-primeiro ministro, função que não configura na nossa Constituição”. Esta explicação acontece pelos vários comentários que surgiram no país, acusando o ex governante de ser uma figura silenciosa e inexistente. Gomes Nabiam explica que mesmo na sua passividade os problemas não cessavam, exemplificando com “os espancamentos deliberados, a entrada de droga em grande quantidade no país, a inexistência da separação de poderes, o imiscuir nos vários partidos políticos, a entrada deliberada e sem nenhum controle de material bélico através do porto de Bissau directo para o palácio da república”. Ainda na sua comunicação ocorrida na sua própria residência, indaga sobre a necessidade de Umaro Embaló “para além de todo o material bélico que tem feito entrar no país sem qualquer controle, ainda criar um batalhão anti golpe, à margem dos preceitos das forças republicanas, onde a única resposta que encontra é a permanência do presidente no poder, não apenas para o segundo mandato, mas de forma ilimitada”.

Ainda na senda das acusações, questiona que “sendo a Guiné-Bissau um país tão pobre, como pode o Presidente numa semana fazer no mínimo duas viagens com jatos privados às custas do cofre de Estado. Existem documentos, não falo do que andou aí a circular nas redes sociais, tenho provas, eu fui primeiro-ministro e sei do que falo, como por exemplo, muito dinheiro que vem para o Estado da Guiné-Bissau e não entra no cofre de Estado, como é possível isso acontecer? “
O acordo de petróleo com o Senegal foi outra das questões levantadas pelo antigo governante que entende que o Presidente “está a desgovernar o país, como nunca visto, apelando a todos os guineenses que não se inibam do medo que os assola e que regressem para juntos resgatarem a democracia”.
Nuno Gomes Nabiam deixou claro que o Presidente alcançou o poder por consequência de um conjunto de líderes das maiores forças partidárias do país que criaram uma força vencedora e “que hoje estão desavindos, o que não deixa margem para o mesmo conquistar o segundo mandato”.
O mandato de Sissoco Embaló termina a 27 de Fevereiro de 2025, mas o presidente ainda não fixou a data das eleições presidenciais.

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