Cerca de 99% dos pequenos e médios produtores, da Associação dos Avicultores de Angola, deixaram de produzir há seis anos, devido às dificuldades na aquisição de matérias-primas, como milho e soja, revelou à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA a vice-presidente da Associação dos Avicultores de Angola, Maria Victoriano.
De acordo com dirigente da Associação que congrega cerca de 120 membros, em causa estão a escassez e o preço elevado dos principais insumos no mercado nacional. Maria Victoriano diz que pretendem trabalhar com o Estado, no mais curto espaço de tempo, para a viabilização de créditos, com vista a garantir a estruturação de toda cadeia de produção.
“Nós já entendemos que temos que viabilizar a produção nacional de grãos e direccionar para o sector. Produção em Angola existe, mas os preços são altos”, afirmou.
Recorde-se que, recentemente, o secretário de Estado para a Economia, Ivan dos Santos, avançou que Angola vai atingir a autossuficiência na produção de grãos em 2027, com a implementação do Plano Nacional de Fomento para a Produção de Grãos (PLANAGRÃO).
O PLANAGRÃO vai receber, anualmente, durante o quinquénio 2023-2027, um financiamento de cerca de 500 milhões de dólares, apenas para a produção de grãos, e mais 500 milhões de dólares para a construção das infra-estruturas.
O Planagrão visa garantir o fomento, em grande escala, da produção de trigo, arroz, soja e milho, a melhoria da produtividade e rentabilidade dos solos, o aumento de empresários agrícolas, emprego e promoção da cadeia de valor, bem como assegurar uma renda fixa aos produtores.
Numa primeira fase, o plano será implementado em quatro províncias do país, que oferecem melhores condições climáticas e maior quantidade de terras livres, nomeadamente Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico e Cuando Cubango.