O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) aprovou, recentemente, a concessão de um empréstimo de 73,27 milhões de euros à Guiné Equatorial para implementar a primeira fase do Projecto de Reforço do Capital Humano em Apoio à Inclusão Económica e Social (PARCH 1).
O projecto, segundo uma nota publicada no website do BAD, visa melhorar a qualidade e a oferta de formação, a fim de aumentar o acesso ao emprego de jovens equatoguineenses, de ambos os sexos, para um crescimento impulsionado pelo sector privado.
“Inclui a criação de dois institutos politécnicos provinciais modernos e modulares, centrados em sectores-chave como a agricultura, a pesca, as obras públicas, o turismo e o digital, com um forte envolvimento do setor privado, nas províncias de Bioko Sur (capital Luba) e Welé Nzas (capital Mongomo)”, lê-se no documento.
Léandre Bassolé, directo-geral do BAD na África Central, Espera-se que a implementação bem-sucedida do PARCH 1 crie 4.500 empregos para jovens e mulheres apoie o lançamento de 500 empresas, a maioria liderada por jovens e mulheres, e forneça oportunidades de formação e emprego para 1.935 beneficiários.
“Com uma duração de cinco anos (2025-2030), o projecto está estruturado em torno de três componentes: a melhoria da oferta e da qualidade da formação profissional relacionada com as cadeias de valor dos sectores com forte potencial de crescimento; a promoção do emprego dos jovens e das mulheres através da melhoria do ecossistema empresarial para uma melhor inclusão económica, social e territorial; e a gestão do projecto e o desenvolvimento de parcerias”, aponta o banco.
A taxa de desemprego juvenil na Guiné Equatorial atinge 23,5%, sendo particularmente mais elevada entre as mulheres (26,7%), principalmente devido à inadequação entre a oferta de formação e as necessidades do mercado de trabalho.
“Muitos jovens (16,5%) estão desempregados, sem formação ou abandonaram a escola, e recorrem ao trabalho informal, alimentando as tensões sociais. O sistema de ensino e formação técnica e profissional (EFTP) sofre de fragilidades institucionais e orçamentais (menos de 2% dos recursos nacionais) e de carências em matéria de engenharia de formação e reconhecimento de competências”.
A 30 de Agosto de 2025, a carteira activa do Banco Africano de Desenvolvimento no país contava com seis projetos no valor total de 85 milhões de euros. O BAD concentra os seus investimentos em sectores-chave como a agricultura e a pesca (65%), a governação (34%), as TIC (0,69%) e a energia (0,55%).