BAI já gastou 40 milhões Kz em apoio a start-ups

O Banco Angolano de Investimentos (BAI) destaca-se entre as instituições financeiras que mais têm apoiado iniciativas que visam fomentar o surgimento de start-ups. Em entrevista à FORBES, Nuno Veiga, responsável pela Direcção da Banca e Transformação Digital da instituição, revela ter já feito um investimento directo na ordem dos 40 milhões de kwanzas, no projecto…
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Numa parceria com a Acelera Angola, Beta-i e o Laboratório de Inovação do Sistema de Pagamentos de Angola, o BAI, apoia sete start-ups, inseridas no projecto Beta Start.
Empreendedores

O Banco Angolano de Investimentos (BAI) destaca-se entre as instituições financeiras que mais têm apoiado iniciativas que visam fomentar o surgimento de start-ups. Em entrevista à FORBES, Nuno Veiga, responsável pela Direcção da Banca e Transformação Digital da instituição, revela ter já feito um investimento directo na ordem dos 40 milhões de kwanzas, no projecto inicial da Beta Start, lançado em 2019.

O responsável refere que, apesar de ter uma política de risco conservadora, percebendo a importância na dinamização das start-ups para o desenvolvimento do mercado, tem promovido a sua aceleração e apoiado, através da participação em projectos como o Beta Start, em parceria com a Acelera Angola e a Beta-i.

No referido projecto o BAI apoia sete start-ups, nomeadamente a Paga-3, Menos Lixo, Onde, Imo Next, Kubinga, HL Shop e Sócia. Além da Acelera Angola e a Beta-i, no apoio às start-ups, o banco trabalha também em parceria com o Laboratório de Inovação do Sistema de Pagamentos de Angola (LISPA).

Apesar dos apoios e de grandes investimentos vindos de empresas de diversos sectores, que anualmente investem milhares de milhões de Kwanzas para que estas iniciativas se transformem em realidade e possam dar provas do seu potencial, dados do maior banco em activos do sistema financeiro nacional indicam que no mercado angolano cerca de 25% das start-ups morrem em menos de 12 meses após serem iniciadas e que 50% morrem em menos de 4 anos.

“Dados do maior banco em activos do sistema financeiro nacional indicam que no mercado angolano cerca de 25% das start-ups morrem em menos de 12 meses após serem iniciadas e que 50% morrem em menos de 4 anos”

Para o Banco Africano de Investimento, o mercado nacional traz grandes desafios, até mesmo para empresas com modelos de negócio tradicionais, pelo que se torna muito mais difícil a sobrevivência de uma start-ups.

“Temos promovido leads para alavancar os seus negócios por intermédio da rede de clientes e parceiros do BAI. Tendo em conta o tema da pandemia, prevemos este ano avançar com iniciativas para identificar soluções para o apoio às mesmas. Por outro lado, criamos dentro da nova Direcção de Banca e Transformação Digital, uma equipa para promover maior relação com as start-ups e melhor acompanhamento pela instituição, com o objectivo de promover o surgimento de novos ecossistemas de negócio”, avança Nuno Veiga.

O quadro do BAI defende a criação de um ecossistema de start-ups, mas, para isso, alerta para a necessidade de se investir especialmente na desburocratização, simplificação e digitalização do processo de criação de empresas, ajustamento da carga fiscal, criação de oportunidades de isenções fiscais e de se desenvolver soluções de financiamento ajustados aos perfis das organizações empresariais.

 

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