O Banco Angolano de Investimento (BAI) é a primeira instituição angolana a entrar para a Bolsa de Dívidas de Valores de Angola, cinco anos depois desde a criação da mesma.
A cerimónia de entrada daquela instituição financeira foi testemunhada por várias individualidades, entre as quais o Ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, a Ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, a presidente da Comissão de Mercado de Capitais (CMC), Maria Uini Baptista, o PCA do Instituto de Gestão de Acções e Participações do Estado (IGAPE), Patrício Vilar, o Vice-Governador do BNA, José Massano, além de membros da comissão executiva do BAI.
Na sua intervenção o PCE do banco, Luis Lélis, começou por dizer que a instituição fez história, “que está intrinsicamente ligada ao desenvolvimento do país”, e que compreende vários períodos da vida económica de Angola.
Lélis destacou os factores que contribuíram para entrada do BAI na bolsa, em menos de 24 meses, tendo destacado a adequação do quadro normativo legal. Lembrou que o banco é uma instituição com história na economia nacional, por ter sido o primeiro de capitais nacionais a ser constituído em Angola. “É a primeira instituição financeira angolana a avançar com a abertura do seu capital em bolsa, contribuindo para a dinamização do mercado de capitais no país”, enfatizou.
Esta operação, avançou ainda o gestor, vai permitir ao BAI efectuar um conjunto de estratégias, como aumentar a sua credibilidade, atrair investimentos e a sua consolidação num mercado “como banco pioneiro e inovador”.
Recordou que foi em 2006 que foram dados passos concretos para a materialização da abertura de capitais do banco para a sua entrada em bolsa, depois que uma delegação da instituição se deslocou à Africa do Sul, onde teve contacto com a bolsa de valores locais.
Ao intervir no acto que marcou a admissão do BAI à negociação no Mercado de Bolsa de Acções, o PCA do IGAPE disse que mais do que comemorar a entrada do maior banco angolano por activos na bolsa de Valores, o acto representa um novo percurso, constituindo-se na concretização do “velho sonho de privatização em bolsa”.
Patrício Vilar fez um enquadramento histórico do processo que culminou nesta Quinta-feira com a entrada da primeira empresa angolana a cotar as suas acções em bolsa.
“Desta forma, temos hoje a possibilidade de começar uma nova etapa, não só no mercdo financeiro, mas também para o programa de privatizações”, que lembrou, iniciou em 2019, “para que todos aqueles que tenham a ambição de vir ao mercado de capitais tenham a nossão do caminho”.
“Tudo isso, na verdade é a soma de várias equipas, mais que isso é a soma de várias gerações”, referindo-se às várias entidades que estiveram engajadas no processo.
Por sua vez, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, considerou a entrada do BAI na bolsa como a concretização do Despacho Presidencial nº 201/21 de 23 de Novembro, que aprova a privatização daquela instituição financeira, onde o Estado detém, por meio da Sonangol e da Endiama, 10% do seu capital social.
A alienação das acções do BAI, de acordo com Manuel Nunes Júnior, permitiu a arrecadação de mais de 40 mil milhões de kwanzas, num ambiente de negócio que caracterizou como sendo de “grande concorrência”, a julgar pelas 2.800 subscrições, o que permitiu a entrada de 842 investidores. Uma procura que corresponde a 150% do montante total da oferta.