Banco de Cabo Verde ultrapassa mil milhões de euros em reservas externas líquidas

Cabo Verde atingiu pela primeira vez, um marco histórico, ultrapassando os 1.000 milhões de euros em reservas externas líquidas, segundo dados do banco central consultado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA. De acordo com o Banco de Cabo Verde, a 11 de Dezembro de 2025 as reservas externas líquidas fixaram-se em 1.019,8 milhões de euros, um nível…
ebenhack/AP
O desempenho histórico das reservas externas líquidas resulta da conjugação de vários factores, com destaque para a política monetária, a dinâmica do turismo, o aumento do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) e das remessas dos emigrantes, segundo o banco central.
Economia

Cabo Verde atingiu pela primeira vez, um marco histórico, ultrapassando os 1.000 milhões de euros em reservas externas líquidas, segundo dados do banco central consultado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA.

De acordo com o Banco de Cabo Verde, a 11 de Dezembro de 2025 as reservas externas líquidas fixaram-se em 1.019,8 milhões de euros, um nível considerado confortável e adequado para assegurar a preservação do regime cambial de paridade fixa com o euro, reforçando a estabilidade macroeconómica do país.

​“As reservas externas oficiais são activos externos detidos e geridos pelo Banco de Cabo Verde (BCV), que incluem moeda estrangeira (euros, dólares, ienes), títulos de dívida de outros países e outros activos líquidos. Estes activos funcionam como uma espécie de “poupança” do país, utilizada na execução da política monetária e cambial, servindo igualmente para garantir a capacidade de honrar os compromissos financeiros com o exterior e manter a confiança no sistema financeiro nacional”, explica o documento.

Segundo o documento, o desempenho histórico das reservas externas líquidas resulta da conjugação de vários factores, com destaque para a política monetária, a dinâmica do turismo, o aumento do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) e das remessas dos emigrantes.​

No domínio da política monetária, ressalta o banco, as medidas adotadas pelo banco central, no âmbito do processo de normalização iniciado em Maio de 2023, tiveram impacto na redução das disponibilidades líquidas no exterior dos bancos comerciais.

“Em particular, o aumento das taxas de juro de referência, com o objectivo de preservar a credibilidade do regime cambial de paridade fixa ao euro, permitiu uma redução gradual do diferencial entre as taxas de juro internas e as da Área do Euro, resultando, desde abril de 2025, num spread positivo a favor das taxas nacionais”, lê-se no documento.

No entanto, aponta que este contexto contribuiu para a inversão na tendência de acumulação das disponibilidades líquidas no exterior, em euros, dos bancos comerciais e consequentemente para o aumento das reservas externas do país.

Em Novembro de 2025, o stock dessas disponibilidades reduziu-se em cerca de 208 milhões de euros face a Novembro do ano anterior, situando-se em 13 milhões de euros.

Mais Artigos