Banco de Moçambique aumenta taxa de juro para 17,25%

O Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique aumentou, Sexta-feira passada, 30 de Setembro, a taxa básica de juro, também conhecida como "Taxa MIMO" em dois pontos percentuais (pp), de 15,25% para 17,25%. Num comunicado publicado no seu website, consultado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o banco de Moçambique justifica que a medida visa assegurar…
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Instituição justifica medida com a necessidade de assegurar o retorno da volatilidade dos preços dos produtos energéticos e alimentares a nível internacional, face a guerra entre a Rússia e a Ucrânia
Economia

O Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique aumentou, Sexta-feira passada, 30 de Setembro, a taxa básica de juro, também conhecida como “Taxa MIMO” em dois pontos percentuais (pp), de 15,25% para 17,25%.

Num comunicado publicado no seu website, consultado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o banco de Moçambique justifica que a medida visa assegurar o retorno da volatilidade dos preços dos produtos energéticos e alimentares a nível internacional, face ao prolongamento do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, com potencial para desencadear uma espiral de aumento sustentado de preços a nível doméstico.

De acordo com o banco central moçambicano, em Agosto, a inflação anual acelerou para 12,1%, após 11,8% em Julho, a reflectir, essencialmente, o aumento dos preços dos bens administrativos, com destaque para os transportes semi-colectivos urbanos, pese embora a inflação subjacente se tenha mantido estável.

Para o médio prazo, o banco moçambicano antevê-se o retorno da inflação para um dígito, a reflectir os efeitos dos aumentos da taxa MIMO e a contínua estabilidade do metical, num contexto de incertezas quanto ao comportamento dos preços dos produtos energéticos e alimentares no mercado internacional.

A nível interno, diz a instituição, prevalecem as incertezas em relação ao ajustamento dos preços dos bens administrativos e o seu impacto sobre os de outros bens e serviços. Já a nível externo, mantém-se também as incertezas em relação à magnitude e persistência dos efeitos do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

As previsões são sustentadas pela execução dos projectos energéticos em Inhambane e na bacia do Rovuna e pelo início da exportação do gás liquefeito, num contexto de implementação do programa com o Fundo Monetário Internacional, bem como de retoma da ajuda externa de parceiros de cooperação.

Por outro lado, o Banco de Moçambique dá conta que o endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuos e de locação e as responsabilidades, situa-se actualmente nos 263,1 mil milhões de meticais (mais de 4 mil milhões de dólares), o que representa um aumento de 44,3 mil milhões de meticais (cerca de 687,2 milhões de dólares) em relação à Dezembro de 2021.

Com este resultado, o Comité de Política Monetária continuará a monitorar a evolução dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação e não hesitará em tomar as medidas correctivas e necessárias, garante o banco central do país.

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