O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu nesta Quarta-feira nova descida da taxa de juro de política monetária MIMO, de 12,25%, em vigor desde Janeiro, para 11,75%, e alerte para o agravamento do risco fiscal.
“Esta medida decorre, essencialmente, da manutenção das perspetivas da inflação em um dígito, no médio prazo, não obstante o aumento das incertezas quanto aos efeitos do agravamento do risco fiscal”, refere-se no comunicado final da reunião CPMO, realizada hoje em Maputo, que acontece a cada dois meses.
A taxa de juro directora esteve fixada em 17,25% desde Setembro de 2022, após a intervenção do banco central, que depois iniciou cortes consecutivos a partir de 31 de Janeiro de 2024, quando reduziu para 16,5%.
Em 27 de Março do ano passado cortou para 15,75%, em 27 de Maio para 15%, em 31 de Julho para 14,25%, em 30 de Setembro para 13,5%, em 27 de Novembro para 12,75% e em 27 de Janeiro deste ano para 12,25%.
A próxima reunião do CPMO está agendada para 28 de Maio. O comunicado da reunião, lido pelo governador do banco central, Rogério Zandamela, acrescenta que as perspectivas da inflação “mantêm-se em um dígito no médio prazo”, o que “reflecte, essencialmente, a estabilidade do metical e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO”.
Além disso, aponta, as taxas de juro do mercado monetário “continuam a reduzir”, como a Prime Rate, taxa de juro de referência para o crédito, “em linha com as decisões de política monetária”.
“O mesmo comportamento observa-se nas taxas de juro que os bancos praticam com os seus clientes. Por seu turno, o crédito à economia aumentou 5,7 % de Janeiro de 2024 a Janeiro de 2025”, destaca o comunicado do CPMO, citado pela Lusa.