O Banco Mundial (BM) alertou esta semana as autoridades moçambicanas para as dificuldades de acesso aos mercados, devido à colocação do país na “lista cinzenta” internacional de risco de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
“Sair da lista é necessário para promover o acesso aos mercados financeiros internacionais, continuar a atrair investimento externo e participar no comércio internacional”, disse Julian Casal, especialista do Banco Mundial para o sector financeiro, durante a abertura de um seminário para magistrados, em Maputo.
De acordo com o técnico, a situação em que Moçambique se encontra pode prejudicar a reputação do país “como parceiro fiável e de confiança, provocando, a longo prazo, implicações para o crescimento e desenvolvimento económico”.
Julian Casal apelou às autoridades moçambicanas para promoverem um sistema financeiro estável e transparente e um maior compromisso com as convenções internacionais sobre o combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.
Dirigindo-se aos magistrados presentes na acção de formação que arrancou nesta Segunda-feira, 27 de Fevereiro, o quadro do BM exortou os operadores judiciais a fazer cumprir e interpretar as leis e regulamentos do país, relacionados com o combate ao branqueamento de capitais e combate ao financiamento do terrorismo.
“Investigar e processar casos de crimes financeiros e impor penas apropriadas àqueles que são considerados culpados, bem como interpretar leis e regulamentos relacionados com o branqueamento de capitais e combate ao terrorismo são também acções fundamentais”, enfatizou. Por outro lado, continuou, impõe-se que o país adote novas leis e regulamentos para uma maior eficácia na luta contra aquele tipo de delitos.
Por seu turno, o ministro da Economia e Finanças de Moçambique, Max Tonela, manifestou a determinação do Executivo em empreender acções visando a retirada de Moçambique da lista cinzenta.
“Estamos comprometidos em resolver as deficiências identificadas e melhorar a nossa contribuição para o reforço do sistema financeiro internacional”, afirmou Tonela.
Nesse sentido, prosseguiu, as autoridades estão a trabalhar para que o país saia da referida lista num prazo de 24 meses, o que passa pela implementação de uma estratégia acordada com o Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), que gere a lista.
O governante defendeu ser também “essencial” o reforço da cooperação internacional para o combate ao branqueamento de capitais.
*José Zangui