Banco Mundial anuncia parceria a cinco anos com Moçambique

O Banco Mundial vai avançar com uma parceria com Moçambique a cinco anos, apostando no turismo, energia e qualificação dos jovens, anunciou há dias, em Maputo, o presidente da instituição, defendendo a urgência de o país estabilizar as contas. “A primeira coisa que Moçambique deve fazer é um esforço para estabilizar a sua situação macro…
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O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, aconselhou Moçambique a fazer um esforço e priorisar a estabilização da sua situação macrofiscal, sob pena de ter dificuldades em atrair o sector privado para investimentos no país.
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O Banco Mundial vai avançar com uma parceria com Moçambique a cinco anos, apostando no turismo, energia e qualificação dos jovens, anunciou há dias, em Maputo, o presidente da instituição, defendendo a urgência de o país estabilizar as contas.

“A primeira coisa que Moçambique deve fazer é um esforço para estabilizar a sua situação macro fiscal. Porque se não se fizer isso, é muito difícil dar estabilidade a uma população e atrair o sector privado”, disse o presidente do Banco Mundial (BM), Ajay Banga, no final de dois dias de visita ao país africano.

“Têm uma nação jovem e em crescimento. E esse é o vosso dividendo”, sublinhou, apontando a prioridade da “dignidade” de um emprego da população e de qualificar os jovens: “Não temos 30 anos para fazer isto corretamente. Porque se os jovens não tiverem esperança, farão coisas que não queremos, incluindo a migração para outros locais e a instabilidade”.

Banga esteve reunido Sábado último, 19 de Julho, na capital moçambicana, com o Presidente do ‘país do Índico’, Daniel Chapo, e defendeu ser necessário “dar uma oportunidade” aos jovens e ao sector privado, que cria empregos, dando como exemplo a empresa Nacional, que cria aves em Maputo, e que chegou a visitar.

“Hoje, ele [próprietário da empresa Nacional] tem 450 empregados, mas está a ajudar quantos indirectamente? 4.000 pequenos criadores [de aves, em todo o país]”, exemplificou, nas mesmas declarações, após a visita a esta unidade, apontando o “efeito multiplicador” do sector privado no emprego.

“Penso que há quatro ou cinco coisas que nós, enquanto instituição, podemos fazer com Moçambique. Criar um quadro de parceria nacional, uma visão a cinco anos, ajudar com energia, com os corredores [três, que ligam os portos ao interior e aos países vizinhos], com a agricultura e as pequenas empresas, com a qualificação e com o turismo”, enumerou, reforçando o apelo para que a situação macrofiscal seja organizada.

“Têm sol, gás, há a energia hidroeléctrica. Têm a capacidade de criar electricidade (…), é um dos maiores fornecedores da rede energética da África austral, há uma enorme procura de electricidade nos outros países, na maior parte dos casos, existe uma carência. Por isso, a possibilidade de ganhar divisas e, ao mesmo tempo, tornar-se um integrador regional de electricidade, é enorme”, enfatizou o presidente do BM.

Ajay Banga destacou a aposta de Moçambique no turismo e o contributo que o BM pode dar nesta nova parceria, assumindo que é “um país abençoado” com praias e “boas pessoas”.

“O turismo é o maior multiplicador de empregos por cada dólar investido. E penso que ele [Presidente moçambicano] está bastante concentrado nisso, e com razão. Já têm um bom turismo. Estou a falar de multiplicar esse valor. Vamos trabalhar com ele num plano de turismo que abranja destinos de negócios e de conferências, destinos sociais e de casamento e, por último, o turismo sustentável de elevado valor. Mais uma vez, têm todos os atributos necessários para isso. Vida selvagem, praias, campos de golfe”, disse o presidente, citado pela Lusa.

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