O Banco Mundial (BM) prevê um crescimento de 4,7% para a economia da Guiné-Bissau este ano, atribuído à “forte campanha do caju”. No entanto, a instituição alerta para os riscos associados às alterações climáticas e à instabilidade política.
“Os primeiros sinais indicam uma forte campanha do caju em 2024, o que sustentará um crescimento do Produto Interno Bruto de 4,7%”, refere o relatório económico da Primavera sobre a Guiné-Bissau, divulgado pela instituição financeira.
A projecção é, entretanto, ligeiramente inferior aos 5% previstos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em Abril.
Segundo o relatório citado pela Lusa, a produção de caju, principal produto de exportação da Guiné-Bissau, “deverá ser robusta, devido às condições climáticas favoráveis e aos investimentos recentes na agricultura”.
“Ao contrário dos últimos dois anos, as exportações deverão melhorar substancialmente devido à autorização de utilização de rotas terrestres para exportação, combatendo o tráfico,” acrescenta o documento.
No entanto, o Banco Mundial aponta vários riscos para a economia guineense, incluindo a instabilidade política, os choques no mercado internacional de caju e as alterações climáticas.
“A crise constitucional de Dezembro de 2023 e a incerteza no calendário eleitoral causaram instabilidade política”, afirmam os economistas do Banco Mundial, sublinhando que “a estabilidade é crucial para manter o empenho das autoridades na implementação de um quadro de políticas que inclui a consolidação orçamental e o endividamento prudente, necessários para colocar a dívida pública numa trajectória consistente de redução e atingir a sustentabilidade da dívida a médio prazo”.
O parlamento guineense foi dissolvido a 04 de Dezembro do ano passado, antes do prazo constitucional previsto, uma vez que tinha sido eleito cerca de seis meses antes e a Lei Fundamental estipula um prazo mínimo de 12 meses.