O Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Nacional de Angola decidiu manter a taxa básica de Juro (Taxa BNA) em 20%, persistindo numa política monetária restritiva para segurar a inflação, no segundo encontro que aconteceu na província de Cabinda.
Adicionalmente, o CPM reduziu o Coeficiente de Reservas obrigatórias em moeda nacional de 19% para 17% e a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez de 25% para 23%.
O BNA decidiu também manter a taxa de Juro da facilidade Permanente de Absorção de Liquidez de sete dias em 15%.
“O sinal positivo na economia nacional, particularmente no domínio da estabilidade dos preços, pese embora o contexto da economia global que se mantém ainda muito incerto e volátil, aconselham contínua prudência na condução da política monetária”, lê-se no comunicado.
Quanto ao ajustamento da taxa de cedência de liquidez aos bancos comerciais, associado à redução do coeficiente de reservas obrigatórias, o BNA justifica que “contribuirá para o desagravamento dos custos de intermediação financeira, sem que, no entanto, se altere a trajectória de redução da inflação que se observa desde o início do presente ano”.
O Banco Central perspectiva uma taxa de inflação ligeiramente abaixo de 18% no presente exercício económico, mantendo-se o objectivo de inflação em torno de um dígito no médio prazo.
Em Junho, a inflação continuou a trajectória decrescente, tendo-se situado em 23%, abaixo dos 27,6% de Janeiro e dos 25,8% de Abril. Este comportamento, segundo o BNA, reflecte o curso de política monetária, a apreciação do Kwanza face ao dólar norte-americano e a estabilidade da oferta de bens essenciais de amplo consumo.
“O Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC) procura alcançar o pleno emprego e uma inflação próxima de 2% no longo prazo. Para apoiar esses objectivos, o Comité decidiu subir a taxa dos fundos federais para um intervalo entre 2,25% e 2,5% e antecipa que contínuos aumentos dos juros serão apropriados”, explica o comunicado divulgado após a reunião de dois dias.
O BNA sinaliza assim que o ciclo de subida nos juros poderá não estar próximo do fim, sendo que este foi o quarto aumento consecutivo nas taxas. Os decisores de política monetária alertam ainda para o impacto da guerra na economia.