A plataforma online portuguesa Bantumen, de informação ligada a pessoas das comunidades negras, está na Web Summit da cidade brasileira do Rio de Janeiro para unir os afrodescendentes de todos os países lusófonos,
O projecto, que se materializa numa revista online, surgiu, em 2015, com a missão de se tornar na “plataforma de informação das comunidades negras que estão espalhadas pela lusofonia e pelas diferentes diásporas”, contou a cofundadora Vanessa Sanches, à margem da participação do evento tecnológico que decorre até hoje na ‘cidade maravilhosa’.
A ideia surgiu da escassez de informação ligada à comunidade negra que trilha “percursos de excelência em diferentes áreas”, mas sem voz nos órgãos de comunicação tradicionais, explicou.
O projecto, que é mais do que uma revista online, tornou-se numa plataforma cultural, como por exemplo na criação de pontes de ligação em festivais, de forma abrir as portas a artistas mais diversos, detalhou Vanessa Sanches.
“Hoje já conseguimos ter relevância nos PALOP” [Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa], sublinhou a afrodescendente portuguesa, afirmando que agora a missão é “tentar furar a bolha no Brasil”.
“A nossa audiência cá tem crescido imenso e essa bolha cresce por uma única razão: os afrodescendentes brasileiros têm uma necessidade de identificação, de entender quais são as suas raízes”, explicou, respondendo logo de seguida que “estas raízes vêm de África”, mais precisamente dos PALOP.
“Há uma facilidade de eles se identificarem com o que nós criamos”, defendeu a cofundadora, citada pela Lusa, cuja plataforma é parceira convidada há quatro anos da Web Summit, tanto nas edições de Lisboa, como no Brasil.