BITUR ANGOLA 2025: Investigadora angolana aponta turismo como força e energia de sustentabilidade

O turismo é uma força e uma energia de sustentabilidade e simultaneidade no desenvolvimento, assente no dinamismo da iniciativa privada, através de pequenas, médias e grandes empresas, gerando postos de trabalho, receitas em moedas estrangeiras e nacionais, estimulado diversos sectores. Esta posição foi defendida pela docente e investigadora da Universidade Metodista, Amélia Carlos Cazalma, no…
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Amélia Carlos Cazalma afirma que não se pode desenvolver o turismo sem se ter em conta a questão da agricultura, da saúde, do comércio, da segurança e das comunicações.
Economia

O turismo é uma força e uma energia de sustentabilidade e simultaneidade no desenvolvimento, assente no dinamismo da iniciativa privada, através de pequenas, médias e grandes empresas, gerando postos de trabalho, receitas em moedas estrangeiras e nacionais, estimulado diversos sectores.

Esta posição foi defendida pela docente e investigadora da Universidade Metodista, Amélia Carlos Cazalma, no painel “Hotelaria, Gastronomia e Hospitalidade”, da Bolsa Internacional de Turismo de Angola – BITUR ANGOLA 2025, que decorre em Luanda.

Amélia Carlos Cazalma afirma que não se pode desenvolver o turismo sem se ter em conta a questão da agricultura, da saúde, do comércio, da segurança e das comunicações.

“Angola é um país de recursos naturais imensos. Lembrar que recursos naturais como Quedas de Calandula, Miradouro da Lua, Mussulo e Ilha de Luanda devem ser transformados em produtos turísticos. Para informarmos um produto turístico, precisamos que outros sectores se desenvolvam. Se não temos preços caros a nível dos transportes, temos preços altos a nível da alimentação, porque não há desenvolvimento da agricultura”, considerou.

Durante a sua intervenção, a também presidente do projecto social Casa de Caminho André Luiz detalhou que, actualmente, Angola conta com 433 licenciados no sector, sete professores doutores e oito mestres.

Com estes números, Amélia Cazalma defendeu a organização de uma bolsa de formadores para que o país tenha formação a todos os níveis

Ao fazer a correlação entre quantidade de formados e o número de profissionais do sector e as necessidades da qualificação dos serviços, considera urgente a criação de um sistema de formação que garanta o cumprimento desse desiderato.

“As infra-estruturas escolares, onde decorrem a formação, são condição fundamental para o seu sucesso, uma vez que delas depende não só a formação do gesto profissional, com a aquisição dos saberes e do saber-fazer, mas também do saber-estar, do saber-ser, do saber-pensar com autonomia e do saber-conviver, assentes numa ética e nos pilares do relacionamento interpessoal e da postura de quem pretende vir a desempenhar funções no sector de acolhimento, onde se trabalha em grupo ao serviço do cliente”, entende.

Por outro lado, apontou que a formação deverá ser complementada com a formação em brigadas itinerantes em unidades móveis em todas as províncias do país, pois se constitui como um projecto ancora, para que a formação seja levada até aos municípios, a fim de se qualificarem os serviços a serem prestados.

“Não podemos contar apenas com a formação técnico-profissional, porque há profissões como directores de unidades de grande porte, como director de alojamento, que devem ter formação superior, sob pena de serem só pessoas estrangeiras a dirigir unidades hoteleiras e não pode ser, temos que formar e valorizar o capital humano”, advertiu.

A docente acrescentou que a formação de quadros básicos, médios e superiores representa o suporte essencial para qualificar as empresas hoteleiras e turísticas, bem como alimentar a renovação do pessoal dos serviços oficiais do turismo.

“Isenção de vistos para 98 países, a inauguração do aeroporto António Agostinho Neto, e o recente lançamento oficial da marca Visit Angola – The Rhythm of Life que objectiva posicionar o turismo nacional num novo patamar, destacando a riqueza cultural, a hospitalidade do povo e a diversidade de experiências turísticas, assim como a implementação da Estratégia Nacional de Formação – Capacita 2025-2027 do Ministério do Turismo, estratégia de curto prazo, abrem caminhos para o alavancar do desenvolvimento do turismo em Angola”, lembrou.

Na sua visão, o turismo pode constituir-se como uma alavanca para o desenvolvimento das comunidades, promoção e protecção da biodiversidade, da geodiversidade e dos recursos culturais, para a inclusão das comunidades locais e para a promoção da paz.

“Relativamente ao desenvolvimento de um destino turístico e no caso de Angola, a criação de acessibilidades, o desenvolvimento de infra-estruturas turísticas básicas e modernas, a elaboração de um plano operacional multissectorial, onde haja um engajamento de todos, são oportunidades e desafios, a serem equacionadas e desenvolvidas”, sublinhou a investigadora, afirmando ser importante a elaboração de um projecto de consciencialização e sensibilização da importância  do turismo junto das comunidades locais.

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