BNA destaca “estabilidade” na banca apesar do prejuízo em 2020

Apesar do prejuízo de 166 mil milhões de kwanzas no agregado de todos os bancos autorizados a operarem no mercado, o vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Rui Miguêns, considerou, durante o Fórum "Banca em Análise", que o sistema bancário nacional regista, na generalidade, uma estabilidade. Ao discursar no encerramento da 15ª edição da…
ebenhack/AP
Agregado das contas do sector em 2020 fechou com prejuízo de 166 mil milhões de kz, mas activos dos bancos listados no estudo “Banca em Análise” da Deloitte sobem 19% para 16,8 biliões de kz.
Economia

Apesar do prejuízo de 166 mil milhões de kwanzas no agregado de todos os bancos autorizados a operarem no mercado, o vice-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Rui Miguêns, considerou, durante o Fórum “Banca em Análise”, que o sistema bancário nacional regista, na generalidade, uma estabilidade.

Ao discursar no encerramento da 15ª edição da conferência promovida pela consultora Deloitte, o responsável diz que, na globalidade, as instituições bancárias nacionais estão capitalizadas, mas reconheceu, no entanto, haver preocupação em relação a dois bancos, tendo indicado apenas o Banco de Poupança e Crédito (BPC), cujo processo de recapitalização e restruturação já está em marcha.

“Felizmente, nós pudemos ver que as instituições estão, de um modo geral, bem capitalizadas. Temos dois casos que o estudo revelou como sendo dois casos de preocupação, um dos quais já está parcialmente tratado, que é o BPC, e um que também verá já tratada a sua necessidade de recapitalização e retoma à sua actividade normal, enquanto instituição bancária”, afirma Miguêns.

Apesar de não ter mencionado o nome da outra instituição, a FORBES sabe que o Banco Económico é uma das instituições bancárias que, neste momento, têm em preparação também um processo de recapitalização. Aliás, o próprio banco central tem vindo publicamente a admitir que está à procura das melhores soluções para aquele banco, que surgiu das ‘cinzas’ do extinto Banco Espitiro Santo Angola (BESA).

Para o auxiliar de José Massano no banco central, só com estabilidade o sistema financeiro e bancário voltará aos períodos doirados antes de 2017. “A questão da estabilidade é fundamental para que ela possa garantir o espaço de crescimento do crédito, que todos nós almejamos, pois sem isso, a nossa economia não poderá retornar ao seu nível de crescimento que tinha antes de 2017”, admite.

Na conferência que debateu a “Revolução do sector Bancário:o papel das pessoas e das tecnologias”, o vice-governador do BNA referiu ainda que a inovação – que inclui o investimento na banca digital –  é fundamental para o desenvolvimento da actividade bancária.

“A inovação é a nossa principal arma de preparação para o futuro e de solução dos problemas que vivemos actualmente. E dentro desse capítulo devo referir que esse espaço regulamentar que a nós nos cabe preparar está a ocorrer”, assegura.

Rui Minguês frisou igualmente que o país já  tem uma nova lei do sistema de pagamento; nova regulamentação relativamente aos agentes do sistema do pagamento, além de ter sido criado, paralelamente a tudo isso, um laboratório de inovação do sistema de pagamento que, na visão do regulador, “permite acomodar, num ambiente regulado, todas iniciativas que as Fintchs permitem funcionar com o apoio do banco central”.

“Não basta termos estabilidade, nós precisamos de inovar. Precisamos de trazer a inovação para o sistema financeiro”, rematou.

Na 15ª edição do estudo “Banca em Análise”, a Deloitte indica que o valor total dos activos das instituições financeiras incluídas  ascendeu a 16,8 biliões de kwanzas em 2020, o que corresponde a um crescimento de aproximadamente 19% face a 2019.

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