O Banco Nacional de Angola (BNA) quer apostar em novos instrumentos de pagamentos digitais e na telefonia para reduzir as enchentes que se têm verificado nos caixas de levantamento auntomático – ATMs, afirmou, há dias o seu governador.
Manuel Tiago Dias, que falava aos jornalistas à margem do 12º Fórum Economia e Finanças, promovido pela Associação Angolana de Bancos (ABANC) no quadro das comemorações dos seus 25 anos de existência, considerou a aglomeração de pessoas nos ATMs, que acontecem essencialmente no final de cada mês e no início do mês seguinte, coincidindo com o pagamento de salários, “extremamente preocupante, não só para o BNA, mas para o sistema bancário no seu todo”.
“Actualmente, todas as operações que são realizadas nos ATMs, excepto levantamento de numerário, podem ser feitas a partir das nossas casas, com recursos aos telemóveis, por exemplo, ao digital, a internet. Nós podemos fazer todas as operações, sem precisar de ir aos ATMs”, disse o líder do órgão regulador do mercado bancário angolano.
Entretanto, Tiago Dias sugeriu, também, que umas das vias para se reduzir a concentração de utentes juntos dos ATMs passaria pela desconcentração no pagamento de salário. “Por exemplo, a nível do BNA e outras instituições já se faz, mas infelizmente ainda temos o tema dos funcionários públicos que representam cerca de 40% da massa salarial e, infelizmente, tudo acontece no final do mês e, para além disso, temos também que apostar nos novos instrumentos de pagamentos”, apontou.
O governador do BNA realçou o baixo índice de literacia financeira no país, “que ronda à volta dos 30%”, o que, sublinha, “faz com que, infelizmente”, também contribua para as enchentes nos ATMs. “Por está razão, nós no próximo ano iremos desenvolver campanhas específicas, destinadas essencialmente aos mercados e aí vamos mostrar aos diversos operadores dos amercados que podem também fazer o uso das novas tecnologias, principalmente no que diz respeito aos pagamentos”, informou.
“Há usuários de que inclusive para a consulta dos saldos das suas contas bancárias também vão para os ATMs e tudo isso contribui para as enchentes que lamentavelmente nós continuamos a observar”, lamentou Manuel Tiago Dias.
*Napiri Lufánia