A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) vai abrir, “dentro de um ou dois meses”, um segmento específico para obrigações de pequenas e médias empresas (PME), revelou há dias o coordenador do Departamento do Mercado daquela entidade, Nivaldo Matias.
O responsável que falava numa sessão de esclarecimento sobre a oferta pública de venda do Banco Angolano de Investimentos (BAI), explicou que a decisão resulta de um trabalho desenvolvido junto do mercado para perceber por que é que muitas empresas não adotavam esta forma de financiamento.
Em causa estão os requisitos e os custos associados ao processo, nomeadamente a obrigação de estar em actividade há pelo menos três anos, uma emissão mínima de 60 milhões de kwanzas, obrigatoriedade de apresentação de relatórios e contas e de gestão dos últimos anos, entre outros, que muitas empresas não conseguem cumprir.
“Fizemos uma recomendação de alteração do nosso regulamento junto do regulador para que também as pequenas e médias empresas [PME] pudessem avaliar essa possibilidade. Daqui a um ou dois meses teremos a possibilidade de abrir um segmento específico para PME onde a componente de auditoria às contas possa ser feita por um perito contabilista”, avançou o responsável da Bodiva.
Esta decisão vai reduzir os encargos “permitindo que as PME possam olhar para o mercado de capitais também como uma possibilidade de equilibrar as suas fonte de financiamento”, complementou, citado pela Lusa.
Nivaldo Matias indicou que existem já muitas empresas que encaram o mercado de capitais como fundamental para a expansão da sua actividade e equilibrar a sua base de financiamento, tendo salientado que o mundo está atento ao que acontece em Angola, pelo que as empresas que pretendem ser competitivas devem acompanhar as novas tendências a nível de estratégia e governança corporativa
O programa de apoio ao financiamento de pequenas e médias empresas, denominado “Emergentes” foi lançado a 4 de Maio pela Comissão do Mercado de Capitais (CMC).
A iniciativa enquadra-se nas acções de promoção do mercado de capitais, permitindo que a economia angolana tenha mais e diversificadas opções de financiamento, como o crowdfunding e capital de risco, segundo um comunicado divulgado na altura pela CMC.
Com Lusa