Boeing quer duplicar frota africana e prevê 1.680 aviões até 2044

A Boeing pretende duplicar a frota de aviões comerciais em África, elevando-a para 1.680 aeronaves nas próximas duas décadas, para responder à crescente procura por capacidade aérea no continente. O anúncio foi feito esta Terça-feira, 02, em Luanda, pelo director-geral de Marketing Comercial da empresa para o Oriente Médio e África, Shahab Matin, numa conferência…
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Com mais de 1.200 novas aeronaves previstas, o continente consolida-se como um dos mercados aeronáuticos mais dinâmicos das próximas décadas.
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A Boeing pretende duplicar a frota de aviões comerciais em África, elevando-a para 1.680 aeronaves nas próximas duas décadas, para responder à crescente procura por capacidade aérea no continente.

O anúncio foi feito esta Terça-feira, 02, em Luanda, pelo director-geral de Marketing Comercial da empresa para o Oriente Médio e África, Shahab Matin, numa conferência de imprensa enquadrada no programa da 57.ª assembleia-geral anual da Associação das Companhias Aéreas Africanas (AFRAA).

Segundo o responsável, o tráfego aéreo de passageiros em África deverá crescer, em média, 6% ao ano até 2044, impulsionado por factores estruturais como a juventude demográfica, a expansão da classe média, a rápida urbanização e investimentos contínuos em aeroportos e conectividade. Este dinamismo coloca o continente entre os mercados aeronáuticos de crescimento mais acelerado no mundo.

Matin detalhou que as aeronaves de corredor único representarão cerca de 70% das mais de 1.200 entregas previstas para os próximos 20 anos, sustentando a expansão de rotas domésticas e internacionais de curta distância, segmentos onde as companhias aéreas africanas têm registado maior capacidade de adaptação e competitividade.

“A aviação é um catalisador para a expansão económica do continente e para a integração africana, apoiando o desenvolvimento que temos observado ao longo dos últimos 20 anos”

As transportadoras de baixo custo surgem, assim, como actores particularmente bem posicionados para absorver a procura crescente por ligações intracontinentais e por rotas para a Europa e Médio Oriente, oferecendo opções de viagem mais acessíveis que ampliam a conectividade e estimulam o crescimento económico regional.

“A aviação é um catalisador para a expansão económica do continente e para a integração africana, apoiando o desenvolvimento que temos observado ao longo dos últimos 20 anos”, sublinhou o gestor, defendendo que aeronaves mais eficientes e versáteis, aliadas a estratégias para democratizar o transporte aéreo, podem destravar novas oportunidades para companhias e hubs emergentes.

O impacto económico da aviação, acrescentou, estende-se muito além dos empregos directos no sector, funcionando como alavanca para o turismo, o comércio, a mobilidade de investimento, os corredores logísticos e milhares de postos de trabalho indirectos em áreas como hotelaria, manufactura e serviços.

Com a expansão das frotas e da malha de rotas, Matin prevê ainda um aumento significativo da procura por profissionais especializados, estimando a necessidade de 74 mil novos pilotos, técnicos e comissários de bordo em África nas próximas duas décadas, um indicador da pressão que se avizinha sobre a formação e capacitação no sector.

O Commercial Market Outlook (CMO) da Boeing projecta, igualmente, procura por serviços avaliada em cerca de 130 mil milhões de dólares até 2044, destinada a apoiar o crescimento da frota e a resiliência operacional.

O estudo aponta ainda para um aumento da demanda por aeronaves de fuselagem larga, impulsionado pela modernização de frotas e pela expansão de rotas intercontinentais, bem como para uma procura contínua de aviões cargueiros, alinhada à evolução dos mercados logísticos e de exportação no continente.

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