Atrair investidores estrangeiros, ter as grandes empresas moçambicanas cotadas e permitir o acesso de pequenas e médias empresas (PME) ao mercado bolsista são prioridades definidas pela Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) para este ano.
“Os principais indicadores do mercado bolsista conheceram um crescimento assinalável durante o ano 2023, mesmo num contexto económico que ainda inspira muitos cuidados e as empresas estão ainda deprimidas depois de terem sido fustigadas por anos sucessivos de crises e choques internos e externos”, começa por explicar o presidente da BVM, Salim Valá.
Acrescenta que os empresários e investidores têm hoje a noção “de que a BVM não é apenas uma alternativa de financiamento, mas também é um mecanismo de investimento”.
“Segundo dados da Central de Valores Mobiliários, regista-se uma evolução significativa de investidores a utilizarem produtos e serviços do mercado de capitais e da Bolsa de Valores, com um crescimento em 292%, ao passar de 6.495 investidores em 2016 para 25.470 investidores em 2023, dando indicação de que muitos investidores já compreendem as vantagens do mercado de capitais e da Bolsa de Valores”, refere Valá, reconhecendo a “tendência crescente dos aforradores moçambicanos aplicarem as suas poupanças em títulos cotados na BVM”.
“É dentro desse contexto económico do país que a BVM pretende, durante o ano 2024, consolidar os ganhos alcançados em 2023 e abrir novas e inovadoras linhas de trabalho”, explica ainda, detalhando entre os objetivos a introdução de “inovações nos produtos, serviços e instrumentos financeiros”, e o incremento da base tecnológica e do quadro regulamentar.
Igualmente, a bolsa moçambicana prevê iniciar este ano a operacionalização do Plano de Negócios e do Plano Estratégico, ambos a implementar até 2028”, para “ampliar o desempenho operacional e os resultados económicos, e melhorar os mecanismos de gestão e governação da empresa”.
Também “promover parcerias interinstitucionais, abrir ainda mais a BVM ao mundo e atrair mais investidores estrangeiros”, avançando igualmente com “uma estratégia de intervenção que permita que as grandes empresas possam cotar-se em bolsa, e mais PME possam financiar-se via mercado de capitais e bolsa de valores”.
O mercado bolsista moçambicano, diz a Lusa, contava no final de 2023 com 84 títulos cotados, sendo 43 de Obrigações do Tesouro, 16 de Obrigações Corporativas, nove de Papel Comercial e 16 empresas, representando um crescimento em 29,23%, face aos títulos cotados em 2022.