Em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Cabo Verde acolhe a Conferência Regional sobre a Integridade da Informação na África Ocidental e no Sahel, que terá lugar no TechPark, na cidade da Praia, de 03 a 05 de setembro de 2025.
Sob o lema “Integridade da Informação: um pilar para a democracia e desenvolvimento sustentável”, a conferência reunirá decisores políticos, académicos, jornalistas, representantes da sociedade civil e parceiros internacionais para debater os riscos da desinformação, do discurso de ódio e os desafios colocados pelas novas tecnologias, procurando soluções conjuntas para reforçar a integridade da informação na região.
Num comunicado a que a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA teve acesso, o Governo de Cabo Verde explica que o encontro visa promover uma abordagem coerente e integrada das políticas sobre a integridade da informação, reforçar a governança das plataformas digitais, garantindo a proteção dos direitos humanos, a resiliência da população contra a desinformação e os discursos de ódio, a diversidade linguística, bem como o acesso inclusivo à informação e aos dados e o envolvimento de múltiplas partes interessadas para a integridade da informação.
A conferência Regional sobre a Integridade da Informação na África Ocidental e no Sahel vai contar com a presença do primeiro-ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, do subdirector-geral da UNESCO para Comunicação e Informação, Tawfik Jelassi, e do representante Especial para a África Ocidental e o Sahel – (USG), Leonardo Santos Simão.
Uma região em transição digital, impulsionada pela juventude
Com uma população muito jovem e nativa digital, descreve a UNESCO, a África Ocidental e o Sahel estão passando por uma transformação acelerada. As tecnologias móveis e as redes sociais estão remodelando os fluxos de informação, fortalecendo a participação cívica e amplificando as vozes locais.
No entanto, apesar das altas taxas de adopção digital, muitos jovens carecem de competências em educação para os meios de comunicação e a informação, o que os torna vulneráveis à desinformação.
A região enfrenta um crescente ritmo de desinformação e discursos de ódio, que minam a coesão social e o desenvolvimento sustentável. Os riscos associados à desinformação gerada pela inteligência artificial se intensificam durante crises, eleições ou conflitos, afetando especialmente mulheres, jovens e grupos marginalizados.
As respostas dos governos permanecem frequentemente fragmentadas e excessivas, restringindo a liberdade de expressão sem abordar as causas profundas da desinformação.
A região requer soluções adaptadas ao contexto, incluindo uma governança das plataformas baseadas nos direitos humanos, esforços para reforçar as competências da população e uma cooperação multissetorial mais eficaz.
