Cabo Verde Airlines precisa de 30 milhões de euros até ser reprivatizada

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconhece que a pandemia de covid-19 tornou as reformas já “críticas” do Sector Empresarial do Estado (SEE) cabo-verdiano “mais desafiadoras”, estimando que só a Cabo Verde Airlines necessita de 30 milhões de euros (1,7% do PIB), durante o período de 2022 a 2023 para apoiar as suas operações, aguardando a…
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A maioria das 33 empresas públicas cabo-verdianas somou prejuízos em 2021 de cerca de 39 milhões de euros, segundo dados compilados de um relatório do Ministério das Finanças.
Economia

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconhece que a pandemia de covid-19 tornou as reformas já “críticas” do Sector Empresarial do Estado (SEE) cabo-verdiano “mais desafiadoras”, estimando que só a Cabo Verde Airlines necessita de 30 milhões de euros (1,7% do PIB), durante o período de 2022 a 2023 para apoiar as suas operações, aguardando a sua reprivatização

As autoridades tiveram de adiar o programa de privatizações para 2022, após a renacionalização da companhia aérea”, refere-se num relatório do FMI que analisa a economia cabo-verdiana e confirma a disponibilização de uma Linha de Crédito Alargada (ECF, na sigla em inglês), de cerca de 60 milhões de dólares (59,1 milhões de euros), para o período de junho de 2022 a junho de 2025, face à crise provocada pela guerra na Ucrânia e para apoiar as reformas no arquipélago.

Cabo Verde teve perdas de 1,5 mil milhões de escudos [13,7 milhões de euros] (0,8 por cento do PIB) em 2021”, diz o FMI, estimando que essas perdas somem mais mil milhões de escudos [9,1 mil milhões de euros] (0,5% do PIB) em 2022 “devido à decisão das autoridades de limitar os reajustes tarifários num contexto de aumento de alimentos e preços dos combustíveis”.

A maioria das 33 empresas públicas cabo-verdianas somou prejuízos em 2021, de cerca de 39 milhões de euros, segundo dados compilados em abril pela Lusa a partir de um relatório do Ministério das Finanças.

O forte aumento dos preços internacionais do petróleo nos últimos seis meses”, juntamente “com tarifas de electricidade rígidas”, também está a provocar um “impacto negativo no desempenho financeiro da Electra, empresa pública de produção e distribuição de eletricidade e água, que o Governo pretende privatizar (na sua componente de electricidade).

Pedro Mbinza

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