Cabo Verde coloca pela primeira a cultura no fórum de investimentos anual

O ministro da Cultura cabo-verdiano apontou o sector como “uma via poderosa para a diversificação económica”, num painel que, pela primeira vez, colocou a cultura no fórum de investimentos anual do país. “Pensem nos festivais de música que conhecem nas nossas ilhas: são autênticos motores económicos locais. Promove-se emprego e dinamiza-se a economia”, referiu o…
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“Pensem nos festivais de música que conhecem nas nossas ilhas: são autênticos motores económicos locais. Promove-se emprego e dinamiza-se a economia”, refere o ministro Augusto Veiga.
Economia

O ministro da Cultura cabo-verdiano apontou o sector como “uma via poderosa para a diversificação económica”, num painel que, pela primeira vez, colocou a cultura no fórum de investimentos anual do país.

“Pensem nos festivais de música que conhecem nas nossas ilhas: são autênticos motores económicos locais. Promove-se emprego e dinamiza-se a economia”, referiu o ministro Augusto Veiga, apontando para o impacto no alojamento, restauração e outros sectores.

Segundo o governante, o turismo está em crescimento, é o motor da economia do país, a par das remessas de emigrantes e centra muitas das conversas entre os empresários presentes no fórum, com novas rotas aéreas e inaugurações de hotéis e ‘resorts’ no horizonte, pelo que a cultura é uma extensão natural.

“O turista que vem a Cabo Verde não procura apenas sol e praia, mas também autenticidade na gastronomia, cultura ou música, com produtos que adicionam maior valor agregado, mais sustentável e com benefícios para as comunidades locais”, descreveu.

Augusto Veigas perspectivou que, isto levará ao crescimento de áreas como cinema, produção musical, design de moda e tecnologias criativas, actividades específicas que são “menos vulneráveis a choques externos, mais resilientes e que aumentam exportações”.

No entanto, o ministro admitiu que a informalidade do sector ainda é um problema, com fraco acesso a financiamento, a necessitar de infraestruturas adequadas e promoção da propriedade intelectual.

Veigas prometeu seguir “o caminho certo”, com parceiros, para desenvolver instrumentos de apoio à cultura e formação de qualidade.

Por outro lado, o produtor musical ‘Djô’ da Silva, que trabalhou com Cesária Évora e dirige a produtora Harmonia (organizadora do Kriol Jazz Festival), referiu que “80% do negócio [da Harmonia] é feito fora do país, mas é pago em Cabo Verde, são divisas que entram”.

Além da produção, “há música ao vivo: vendemos cada vez mais espectáculos lá fora”, perto de uma centena, já este ano, nos vários continentes, acrescentou.

“Não há semana em que não haja um artista cabo-verdiano a cantar em qualquer parte do mundo” e isso é uma riqueza que “volta para Cabo Verde”, disse.

O debate, segundo a Lusa, contou com diversos promotores culturais como o produtor musical ‘Djô’ da Silva, durante o encontro de negócios que arrancou na Quarta-feira e decorreu até Sexta-feira, na ilha do Sal.

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