A ministra da Defesa Nacional cabo-verdiana, Janine Lélis, estimou cerca de 10 milhões de dólares como o investimento para a aquisição de uma aeronave de patrulhamento, busca e salvamento, afirmando ainda o objectivo de o rentabilizar noutras acções.
“É preciso dizer que o equipamento vai fazer aquilo que é a sua função básica, que é vigilância, busca e salvamento. Mas também terá funções outras, exatamente para permitir a sua viabilidade e a sua sustentabilidade”, disse a governante, à margem da abertura da reunião do Conselho Superior de Comandos Alargada, a directores de Serviços e Equiparados, que decorre até esta Quinta-feira 16, na Praia.
“Está sendo ultimado, mas neste momento ascende a 10 milhões de dólares, garantidos apenas pelo Estado cabo-verdiano”, explicou Janine Lélis, em resposta aos jornalistas, quando questionada sobre o investimento previsto.
Entretanto, a ministra realçou que será ainda necessário formar pilotos, capacitar mecânicos e preparar a questão da engenharia.
“É uma aeronave de raiz, vai-se construir, e o prazo de fabrico apontado é de um ano, a partir daquilo que é a celebração do contrato. E é com este cenário que nós estamos a contar. Mais do que ter a aeronave é preparar-se para ter a aeronave. Por isso é que nós estamos aqui também a trabalhar a implementação da chamada entidade de Aeronáutica Militar”, avançou.
Segundo a Lusa, a Guarda Costeira de Cabo Verde voltará assim a ter um avião para socorro e patrulhamento aéreo em 2024. Aquela força tem contado nos últimos anos com o apoio da Força Aérea Portuguesa e forças armadas de outros países, nas operações de patrulhamento das suas águas, devido à inexistência de qualquer meio aéreo público, enquanto as evacuações médicas interilhas são geralmente realizadas em voos comerciais.
O Governo cabo-verdiano prevê gastar 1,2 milhões de euros em 2023 com o projecto “Patrulhamento Aéreo e Emergência”, envolvendo a aquisição de uma aeronave para a Guarda Costeira, conforme já noticiado em Outubro do ano passado.
Em causa está a verba inscrita para o efeito no Orçamento do Estado para 2023, numa altura em que o arquipélago permanece sem qualquer meio aéreo do Estado para patrulhamento, socorro ou evacuações médicas.
Segundo os documentos de suporte à proposta do Orçamento do Estado para 2023, consultados pela Lusa, “a saúde, a segurança, o desenvolvimento e a modernização das Forças Armadas, nomeadamente o ramo da Guarda Costeira, são prioridades estratégicas definidas para 2021/2026 no programa do Governo da X Legislatura”.
