O Governo de Cabo Verde desafiou-se a atingir uma meta de 50% de penetração de energias renováveis como forma de fazer baixar os custos do recurso no país para as famílias e agentes económicos, uma estratégia que deve estar fechada até 2030, de acordo o Primeiro-ministro do país, Ulisses Correia e Silva.
Com isto, o Governo está a criar condições para massificar a microprodução deste recurso renovável, nas residências, empresas e no comércio, para baixar a facturação, numa meta considerada “muito ambiciosa” pelo próprio chefe do Executivo cabo-verdiano, em declarações aos jornalistas, na cidade da Praia, no final de uma visita à empresa de produção de eletricidade e água, Electra.
Entre as condições para a execução desta estratégia que deve colocar o país no ‘radar’ das Nações com iniciativas avançadas nas energias renováveis, constam a criação de condições, desde institucionais, legislativas e em termos de concursos, para a massificação da microprodução, com instalação nas casas das pessoas, nas empresas e no comércio.
“Temos estado a contar com bons parceiros, no caso da cooperação luxemburguesa, e queremos acelerar este processo porque é outra forma também de baixarmos a facturação energéctica”, salientou.
Ulisses Correia e Silva lembrou também que o país sofre por causa da crise energéctica, porque tem uma grande dependência do consumo de combustíveis fósseis, de petróleo, que não produz, e tem de importar.
Face a este cenário, o primeiro-ministro defende que tem de se aproveitar mais o sol e o vento, para transformar em mais energia. “E isso torna-nos menos dependentes das flutuações dos preços internacionais e cria-nos melhor condições de sustentabilidade”, refere.
Assim, considera o governante, o país está fortemente empenhados no desenvolvimento das energias renováveis e a sua penetração em Cabo Verde. Actualmente, precisa, a penetração de energias limpas no arquipélago ronda os 20%, mas, garante, há margem para aumentar, não só nas grandes centrais, mais também na microprodução.
Precisamente o aumento do preço dos combustíveis no último ano foi a justificação da Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME) para aumentar, em mais de 30%, as tarifas de electricidade desde 01 de outubro.
O primeiro-ministro reafirmou que os aumentos dos preços da electricidade em Cabo Verde têm a ver com factores exógenos, ou seja, quando há um aumento grande de combustíveis lá fora tem reflexo em Cabo Verde, bem como em outros países.
Segundo Ulisses Correia e Silva, o Governo adoptou uma série de medidas para mitigar esses aumentos, como a redução do IVA na electricidade e água de 15% para 8%, aumento da tarifa social de energia de 30% para 50% ou aumento dos custos de electricidade e de água para as empresas.