Cabo Verde recebe certificados da UNESCO de inscrição de documentos sobre escravatura

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) entregou a Cabo Verde dois certificados que confirmam a inscrição de documentos sobre a escravatura no Registo Internacional da Memória do Mundo da organização. Os documentos incluem registos sobre a escravatura do Fundo Arquivístico da secretaria-geral do Governo (1842-1869) e o…
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"É uma entrega simbólica, mas muito significativa para Cabo Verde e também para os registos documentais da Unesco, uma vez que estes documentos passam a ter maior domínio público e ficam agora protegidos pelo organismo internacional", disse Augusto Veiga.
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A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) entregou a Cabo Verde dois certificados que confirmam a inscrição de documentos sobre a escravatura no Registo Internacional da Memória do Mundo da organização.

Os documentos incluem registos sobre a escravatura do Fundo Arquivístico da secretaria-geral do Governo (1842-1869) e o recenseamento dos escravos em Angola, Cabo Verde e Moçambique (1854), composto por 79 livros manuscritos, dos quais 11 pertencem a Cabo Verde.

“Trata-se de um momento de orgulho para Cabo Verde e para a região, ao mesmo tempo que reforça o nosso compromisso em preservar a memória colectiva e transmitir às futuras gerações o valor universal dos nossos arquivos”, afirmou o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Augusto Veiga, na cerimónia de entrega oficial na cidade da Praia.

Estes registos detalham informações sobre indivíduos escravizados e libertos, incluindo idade, sexo e origem, e foram submetidos à Unesco em Novembro de 2023.

“É uma entrega simbólica, mas muito significativa para Cabo Verde e também para os registos documentais da Unesco, uma vez que estes documentos passam a ter maior domínio público e ficam agora protegidos pelo organismo internacional”, acrescentou Augusto Veiga.

O director-geral adjunto da Unesco para a Comunicação e Informação, Tawfik Jelassi, que entregou os certificados, diz a Lusa, considerou que estes documentos “são registos importantes” para a História e “representam atos de reparação” sobre o que aconteceu durante séculos em África.

Considerou também que as coletâneas inscritas por Cabo Verde “não são apenas documentos, mas testemunhos silenciosos de milhões de homens e mulheres que foram reduzidos à escravatura”.

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