Cabo Verde tem condições para ser o primeiro país africano a eliminar a pobreza extrema, que segundo o Governo afecta actualmente mais de 115 mil pessoas. A afirmação foi feita pela coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Ana Graça, no final do retiro anual para lançar o processo do Novo Quadro de Cooperação entre as Nações Unidas e Cabo Verde, para o quinquénio 2023-2027.
Segundo a responsável, o crescimento económico inclusivo para gerar emprego e rendimento no país, com a aposta no capital humano, será uma das prioridades das agências da ONU que operam no arquipélago no próximo programa de cooperação com Cabo Verde, que esteve a ser preparado nos últimos dias, na cidade da Praia.
“Falamos muito em termos da necessidade de ter um programa estruturante à volta da questão do desenvolvimento do capital humano e do capital social, para ajudar a contribuir para esse objectivo da erradicação da extrema pobreza. Acreditamos que Cabo Verde tem condições para ser o primeiro país em África a conseguir esse objectivo”, afirmou Ana Graça, ao fazer o balanço do trabalho de preparação.
Actualmente, o governo cabo-verdiano estima que o país tem 115 mil pessoas na pobreza extrema – para uma população total de quase meio milhão – e assumiu no final de 2021 o objectivo de a erradicar em cinco anos, tendo lançado para o efeito o programa “Mobilização pela Aceleração da Inclusão Social (MAIS )”, que envolve organizações não-governamentais e outras entidades da sociedade civil.
Por outra, o Banco Mundial – que participou nestas reuniões das agências da ONU presentes em Cabo Verde – estimou em 2020 que a pobreza extrema global deverá subir, pela primeira vez em 20 anos, devido aos impactos da pandemia da Covid-19, levando até quase 10% da população mundial a viver com menos de 1,90 dólares por dia.
FONTE: Lusa