Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Moçambique, constantes do Inquérito sobre o Orçamento Familiar 2019/2020, revelam que cada moçambicano recebe, em média, 26 euros por mês e trabalha sobretudo por conta própria na agricultura.
O documento a que a FORBES teve acesso aponta que, em termos médios per capita, a receita mensal se situou na casa dos 1.946 meticais (26 euros), sendo que as regiões administrativas de Cidade de Maputo, Maputo Província e Tete apresentaram os níveis mais altos. O rendimento médio per capita duplica em Maputo e os mais baixos foram registados nas províncias de Gaza, Cabo Delgado e Zambézia, indicam os resultados do inquérito.
No meio rural, destaca o relatório, 75% das receitas são provenientes de trabalho por conta própria, no meio urbano o trabalho assalariado assume preponderância, ascendendo a 61%. De acordo com a pesquisa do INE, os ramos da agricultura, silvicultura e pesca absorvem cerca de 73% da população empregada.
O Inquérito sobre o Orçamento Familiar 2019/2020 mostra ainda que os agregados familiares são mais numerosos nalgumas províncias, como Sofala, Manica e Gaza, com cinco ou mais pessoas por agregado, pesando mais na distribuição do rendimento, e mais reduzidos noutras, em que se inserem Maputo Cidade, Maputo Província e Tete, com menos de cinco.
Em relação a receita média mensal por agregado familiar foi estimada em 8.916 meticais, em termos nacionais, ou seja, 119 euros por família.
Emprego um dilema nacional
Sobre os empregos no conhecido país do Índico, o retrato é transversal a todas as províncias, com excepção de Maputo Província e Maputo Cidade, que registam mais de 65% da população empregada exercendo as suas actividades económicas no ramo da agricultura, silvicultura e pesca.
O relatório aponta que na capital, Maputo, a população está maioritariamente ocupada no ramo de comércio e finanças e outros serviços e que a população empregada, por conta própria, sem empregados, representa cerca de 71% do total ocupada, contra 64% do inquérito 2014/15, refere o documento.
De acordo com os autores do estudo, tem sido difícil medir a taxa de desemprego, “muito por conta das condições socioeconómicas do país, pela maior intensidade de actividades económicas de carácter informal e, também, pelo facto de a maioria das pessoas, mesmo que não tenha posto de trabalho, ter de praticar alguma actividade para sua subsistência”.