A empresária angolana Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente (falecido) José Eduardo dos Santos, foi notificada para ser ouvida pelas autoridades angolanas, mas terá optado por não responder às questões, segundo “fonte oficial” citada pela Lusa.
O caso envolve a gestão de Isabel dos Santos na Sonangol e o julgamento pode começar em Março, de acordo com o procurador-geral adjunto da República, Pedro Mendes de Carvalho.
Segundo Carvalho, que falava à margem de um workshop sobre investigações financeiras e branqueamento de capitais em Luanda, os prazos legais indicam que o processo pode entrar em julgamento daqui a dois ou três meses. No entanto, o procurador ressaltou que há formalidades a serem seguidas, incluindo a possibilidade de solicitar instrução contraditória, uma fase em que tanto a defesa quanto a acusação podem intervir.
Isabel dos Santos é acusada de 12 crimes relacionados à sua gestão na Sonangol entre 2016 e 2017. A empresária, que reside fora de Angola há vários anos, terá se recusado a prestar declarações durante a notificação. Carvalho explicou que após a instrução contraditória, o processo será encaminhado para juízo com despacho de pronúncia, indicando se seguirá para julgamento ou arquivamento.
O director nacional de Investigação e Ação Penal e director nacional de Prevenção e Combate à Corrupção da PGR enfatizou a cooperação entre as autoridades angolanas e seus homólogos estrangeiros, mencionando a troca de cartas rogatórias com países como Portugal e Suíça.
Quanto às acções de combate ao branqueamento de capitais, Pedro Mendes de Carvalho afirmou que Angola está a trabalhar para atender às recomendações do Grupo de Combate ao Branqueamento de Capitais para África Austral e Oriental.