CEDEAO envia missão para consenso eleitoral na Guiné

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) anunciou o envio de uma "missão política de alto nível" à Guiné-Bissau, com o objectivo de apoiar os actores políticos do país para alcançarem um consenso sobre o calendário eleitoral. A decisão foi tomada após o adiamento das eleições legislativas antecipadas, inicialmente marcadas para o dia…
ebenhack/AP
A CEDEAO enviará uma missão política à Guiné-Bissau para apoiar um consenso sobre o calendário eleitoral, após o adiamento das legislativas sem novos dados, agravando a crise política.
Líderes

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) anunciou o envio de uma “missão política de alto nível” à Guiné-Bissau, com o objectivo de apoiar os actores políticos do país para alcançarem um consenso sobre o calendário eleitoral. A decisão foi tomada após o adiamento das eleições legislativas antecipadas, inicialmente marcadas para o dia 24 de Novembro, sem uma nova data definida.

A missão da CEDEAO deslocar-se-á para Bissau para facilitar o diálogo e promover um ciclo eleitoral “bem-sucedido”, fundamental para a paz, segurança e estabilidade do país. A organização sublinhou a necessidade de um “diálogo inclusivo” entre as partes políticas guineenses, com vista a resolver as divergências sobre a realização das eleições legislativas e presidenciais.

Segundo a Lusa, a classe política da Guiné-Bissau encontra-se dividida quanto aos dados das eleições, a oposição exige que as legislativas e presidenciais ocorram ainda em 2024, em conformidade com a Constituição, enquanto o presidente Umaro Sissoco Embaló defende que as presidenciais devem ocorrer apenas em Novembro de 2025, devido ao início do seu mandato em Setembro de 2020.

Além disso, a situação política no país permanece tensa, com Embaló a ter distribuído o parlamento em Dezembro de 2023, sem cumprir o prazo constitucional de 12 meses após as legislativas. A decisão de adiar as eleições e a falta de um novo dado, bem como a demissão do Governo e as substituições do presidente do parlamento, alimentaram uma crise política.

Actualmente, o Governo é de iniciativa presidencial e a Comissão Nacional de Eleições e o Supremo Tribunal de Justiça encontram-se sem quórum, o que agrava ainda mais a situação, considerando que esses órgãos são essenciais para o processo eleitoral.

Mais Artigos