Cerca de 5% das mulheres angolanas fazem partos fora do sistema de saúde – pesquisa

Cerca de 5% das mulheres angolanas têm os seus bebés fora do sistema de saúde, o que contribui significativamente para o aumento da taxa de mortalidade materna no país, segundo indica uma pesquisa realizada por investigadoras da Universidade Católica de Angola (UCAN), em cooperação com o Departamento de Saúde Pública e Medicina Comunitária da Universidade…
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Analisando o nível de conhecimento e acesso à informação nas áreas mais relevantes da saúde reprodutiva, o estudo revela que as mulheres que deram à luz numa unidade hospitalar tinham maior conhecimento sobre saúde reprodutiva do que as que deram à luz em casa.
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Cerca de 5% das mulheres angolanas têm os seus bebés fora do sistema de saúde, o que contribui significativamente para o aumento da taxa de mortalidade materna no país, segundo indica uma pesquisa realizada por investigadoras da Universidade Católica de Angola (UCAN), em cooperação com o Departamento de Saúde Pública e Medicina Comunitária da Universidade de Gotemburgo.

O estudo foi apresentado recentemente na UCAN pela representante do referido departamento, Gonila Elise Feber, num fórum sobre “A Mulher e a Investigação”, organizado pela Faculdade de Ciências Humanas, no âmbito da celebração do mês de Março, dedicado à mulher.

“Analisando o nível de conhecimento e acesso à informação nas áreas mais relevantes da saúde reprodutiva, o estudo revela que as mulheres que deram à luz numa unidade hospitalar tinham maior conhecimento sobre saúde reprodutiva do que as que deram à luz em casa, mas esse conhecimento era demasiado baixo, como refere a apresentadora”, lê-se no estudo a que a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA teve acesso.

Na abertura do Fórum, a vice-reitora para área académica da UCAN, Maria Helena Miguel, salientou que as mulheres foram durante muito tempo afastadas dos espaços e instituições que promovem formações e comunicação científicas, construindo a ideia de masculinização da ciência, embora a história contraria esta versão que demonstra mais uma marginalização das mulheres e não a falta delas na investigação.

Embora cresça a passos lentos, a também pesquisadora deu nota positiva ao incentivo que se tem feito às adolescentes e jovens na investigação, ressaltando, de igual modo, a necessidade de se ampliar o mesmo.

“E as universidades têm um papel relevante neste processo. As agências governamentais, as entidades científicas e órgãos de comunicação social precisam dar maior visibilidade, aumentando a autoconfiança das jovens, das estudantes e profissionais em todos países, o que é essencial para ascensão profissional independente da questão de género”, acrescenta.

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