O director nacional do Trabalho, Blanche Chendovava, informou, que
Cerca de dez milhões de trabalhadores, em Angola, exercem actividades informais em diversos sectores da economia, como dos transportes, que incluem os lotadores, taxistas, motoristas de aplicativos, assim como os feirantes, freelancers, catadores de recicláveis, vendedores, pedreiros e empregados domésticos, avançou o director nacional do Trabalho, Blanche Chendovava.
Blanche Chendovava falava recentemente durante a apresentação do Observatório Nacional do Emprego (ONE), a nova infra-estrutura inaugurada, em Luanda, que funciona no edifício sede do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), como uma instituição que serve para fazer estudos mais precisos sobre o mercado de trabalho em Angola.
O director do Trabalho destacou que o ONE surgiu para melhorar o mercado de trabalho do sector formal, formalizar o sector informal e gerar riqueza para as famílias.
De acordo com o responsável, o trabalho informal é sem vínculos registados de contrato e que não esteja inscrito na Segurança Social, sendo geralmente desprovido de benefícios como remuneração fixa e férias pagas.
Citando os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados em Maio deste ano, Blanche Chendovava sublinhou que a população economicamente activa de Angola é de 18.154.714 de cidadãos, sendo 8.866.702 do sexo masculino e 9.288.012 são do sexo feminino.
O director do Trabalho revelou que do total da população economicamente activa, considerando os dados formais do INSS, estão registados 3.143.048, até Junho de 2025, e 5.340.156 de cidadãos não trabalham.
Estes dados, esclareceu, indicam que 63 por cento da população economicamente activa angolana está empregada, na sua maioria na economia informal com cerca de 80 por cento, e 29,9 por cento estão desempregados.
Para o efeito, segundo um comunicado do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, o Executivo tem gizado políticas públicas no domínio do trabalho, tendo concebido dois instrumentos importantes, designadamente, a Agenda Nacional do Emprego e o Fundo Nacional de Emprego de Angola (FUNEA), aprovados pelos Decretos Presidenciais ns.º 226/23, de 5 de Dezembro e 133/23, de 01 de Junho, respectivamente.
Para garantir a criação e a implementação das políticas acima mencionadas, esclareceu, foi criado o ONE, como uma estrutura do MAPTSS, sob a coordenação da Direcção Nacional do Trabalho, cujo regulamento foi aprovado por via do Decreto Executivo nº 320/25 de 5 de Fevereiro.
O ONE, referiu, nasce como um instrumento técnico e estratégico ao serviço da Agenda Nacional para o Emprego, documento orientador das políticas públicas de geração de trabalho digno, sustentável e inclusivo para o período de 2023–2027.
Os dados do ONE vão ser fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), Inspecção Geral do Trabalho (IGT), Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), Instituto Nacional de Qualificações (INQ), Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), Instituto Nacional de Apoio às Micros, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, e parceiros sociais.