Chapo pediu em Luanda mais acções concretas na cooperação África-Europa

O Presidente moçambicano, Daniel Francisco Chapo, defendeu esta semana, em Luanda, um reforço estratégico da parceria entre a União Africana (UA) e a União Europeia (UE), sublinhando que os 25 anos de cooperação representam “uma importante e soberana oportunidade” para avaliar progressos, ultrapassar constrangimentos e intensificar iniciativas conjuntas em áreas como migração, mobilidade, segurança e…
ebenhack/AP
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, destacou o simbolismo dos 25 anos de cooperação UA-UE e defendeu uma abordagem comum para enfrentar desafios globais cada vez mais complexos.
Economia Líderes

O Presidente moçambicano, Daniel Francisco Chapo, defendeu esta semana, em Luanda, um reforço estratégico da parceria entre a União Africana (UA) e a União Europeia (UE), sublinhando que os 25 anos de cooperação representam “uma importante e soberana oportunidade” para avaliar progressos, ultrapassar constrangimentos e intensificar iniciativas conjuntas em áreas como migração, mobilidade, segurança e desenvolvimento sustentável.

Ao intervir na plenária da Segunda Sessão Temática da 7.ª Cimeira UA-UE, o Chefe do Estado destacou que o encontro assume “capital importância” pela actualidade dos temas em debate e por coincidir com o jubileu de prata da parceria birregional. “É uma importante e soberana oportunidade para, em conjunto, avaliarmos os progressos alcançados […] e identificarmos os nós de estrangulamento e soluções com vista à sua superação”, afirmou Chapo, citado numa nota da Presidência da República.

O Presidente sublinhou que a Cimeira decorreu num contexto internacional desafiante, marcado pelo ressurgimento de conflitos, pela expansão do extremismo violento e do terrorismo, pelo elevado custo do capital nos mercados internacionais e pelo impacto crescente das mudanças climáticas. Estes factores, disse, exigem respostas concertadas e um reforço do multilateralismo africano-europeu para enfrentar desafios “novos e contemporâneos”.

No plano interno, Daniel Chapo lembrou que Moçambique é simultaneamente país de origem, trânsito e destino de fluxos migratórios, enquanto lida com deslocações internas provocadas pelo terrorismo em Cabo Delgado, por fenómenos climáticos extremos e por dinâmicas económicas e regionais no âmbito da SADC. “Falar de migração e mobilidade em Moçambique é olhar para as oportunidades” em domínios como cooperação técnica, formação profissional, emprego, investimento e intercâmbio académico, observou o estadista, destacando a pertinência do tema central da sessão: “Prosperidade, Migração e Mobilidade”.

O Chefe do Estado considerou que os 25 anos de parceria UA-UE constituem um estímulo para “redobrar esforços” no sentido de concretizar compromissos estruturados em torno do desenvolvimento económico e social, articulados com iniciativas de paz e segurança. Defendeu ainda a implementação vigorosa da Visão Conjunta 2030 e o reforço de mecanismos como o Diálogo sobre Migração e os Processos de Rabat, Cartum e Niamey, considerados essenciais para promover mobilidade segura, retorno e reintegração, e combater o tráfico de seres humanos.

“Expresso o nosso maior reconhecimento ao apoio da União Europeia no combate ao terrorismo em Moçambique, particularmente na formação e capacitação das Forças de Defesa e Segurança, agradecendo igualmente à União Africana pelo apoio contínuo”, frisou, sublinhou que estes esforços estão alinhados com o Plano Quinquenal 2025-2029, orientado para acelerar o “crescimento económico inclusivo e sustentável”.

O Presidente moçambicano referiu ainda a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento como instrumento decisivo para financiar projectos estruturantes, advertindo que o progresso económico dependerá sempre da consolidação da paz e da segurança, elementos fundamentais para reforçar a confiança dos investidores.

No encerramento da sua intervenção, Daniel Chapo reiterou que Moçambique “continua a tomar medidas para a prosperidade do país, sempre com o apoio da União Europeia e da União Africana”, numa altura em que a Cimeira fazia o balanço da cooperação desde 2022 e renova compromissos em áreas como segurança, governação, multilateralismo, transformação digital, comércio, integração económica, migração e desenvolvimento humano.

 

Mais Artigos