Cidadão Digital: Empresa Interbancária de Serviços de Angola investe 500 milhões de kwanzas na execução do projecto

A Empresa Interbancária de Serviços (EMIS) de Angola investiu, durante três anos, cerca de 500 milhões de kwanzas na execução do projecto “Cidadão Digital”, que impactou mais de 1 milhão de cidadãos, avançou à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA o seu administrador executivo, Eduardo Bettencourt. O responsável, que falava num Café com Jornalistas, realizado nesta Quinta-feira, em Luanda,…
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Implementado pela TheBridgeGlobal, empresa de transformação social, o projecto foi materializado nas províncias de Luanda, Benguela e Huambo.
Economia

A Empresa Interbancária de Serviços (EMIS) de Angola investiu, durante três anos, cerca de 500 milhões de kwanzas na execução do projecto “Cidadão Digital”, que impactou mais de 1 milhão de cidadãos, avançou à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA o seu administrador executivo, Eduardo Bettencourt.

O responsável, que falava num Café com Jornalistas, realizado nesta Quinta-feira, em Luanda, justificou que o projecto surgiu por conta do número elevado de burlas por engenharia social.

“As pessoas, em alguma vulnerabilidade, entregavam os seus dados e os burladores se apoderavam das suas contas. Percebemos que não estava a adiantar termos cada vez mais soluções e sistemas mais seguras, tecnologicamente, com investimentos significativos. Entretanto, entendemos que isso não era suficiente, mas que tínhamos que estar juntos da população, nomeadamente os utilizadores rede multicaixa, entre outros serviços”, detalhou.

Eduardo Bettencourt assegurou há um protocolo o Serviço de Investigaçao Criminal para identificar rapidamente os actores de determinadas burlas.

Já a CEO da TheBridgeGlobal, Leonor Sá Machado, referiu que a cidadania digital deve ser reconhecida como uma competência básica, essencial para proteger as famílias e ampliar o acesso aos direitos fundamentais.

“As escolas e famílias funcionam como núcleos multiplicadores desta transformação social. Acreditamos que cada cidadão angolano tem o direito de direito de navegar no mundo digital com segurança, confiança e conhecimento”, sublinhou.

O Cidadão Digital, segundo recordou, é um projecto gratuito, acessível e replicável em qualquer ponto do país, visando promover a cidadania digital e proteger a população contra fraudes, burlas e exclusão digital.

Do projecto beneficiaram 142 ministérios e instituições públicas, 180 empresas, 90 centros de formações. 368 escolas de ensino (escolas públicas e colégios privados), bem como 57 mercados. Alunos, professores, encarregados de educação, profissionais de empresas e comerciantes locais recebem formação adaptada às suas necessidades específicas

Citada num relatório dos resultados alcançados, a professora do município de Viana, Benedita, explica que depois da formação, criou uma rotina semanal de ‘verificação digital’ com os seus alunos. “Agora eles sabem identificar mensagens suspeitas e já ensinaram os pais. É uma corrente de proteção que se espalha pela comunidade”, contou.

Por sua vez o estudante do Kilamba, Carlos, disse que aprendeu a configurar a verificação em duas etapas no telemóvel do seu avô, acrescentando que agora usa o aplicativo do banco com segurança e já não precisa de se deslocar sempre à agência”.

Entretanto, a metodologia prática permitiu realizar sessões de cerca de 45 minutos, apresentadas por formadores altamente qualificados, com filmes explicativos, seguidos de um workshop para perguntas e respostas.

Papel do jornalista na divulgação do projecto

De acordo com a CEO da TheBridgeGlobal, Leonor Sá Machado, os profissionais dos media têm um papel fundamental na construção de uma Angola digitalmente segura e inclusiva.

Os media, no seu entender, transformam informação local em utilidade pública nacional, prevenindo perdas concretas e protegendo famílias vulneráveis através de reportagens de serviço público.

“Rádios locais, televisão e imprensa comunitária chegam onde os projestos não conseguem chegar, multiplicando o impacto educativo em comunidades remotas e remotas e periféricas”, salientou.

Leonor Sá Machado dez saber que a cobertura jornalística credível acelera a adesão de escolas e parceiros, legitimando iniciativas de cidadania digital e digital e criando um ambiente propício à mudança comportamental.

“Manter a cidadania digital como pauta recorrente, para além de episódios pontuais, cria uma cultura de vigilância informativa e proteção comunitária. Queremos divulgar o projecto e sensibilizar mais pessoas”, realçou.

Implementado pela TheBridgeGlobal, empresa de transformação social que actua como consultora e implementadora em Responsabilidade Social e Comunicação para o Desenvolvimento (C4D) no mercado angolano, o projecto foi materializado nas províncias de Luanda, Benguela e Huambo.

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