Cimeira sino-lusófona regressa a Macau 8 anos depois

A sexta conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa arranca nesta Segunda-feira, em Macau, marcando o regresso da reunião entre a China e os países lusófonos, após um interregno de oito anos e o fim da pandemia da Covid-19. A reunião, que visa…
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A reunião, que visa relançar o comércio e o investimento, vai decorrer Segunda e Terça-feira e inclui a assinatura do novo plano de acção do organismo até 2027.
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A sexta conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa arranca nesta Segunda-feira, em Macau, marcando o regresso da reunião entre a China e os países lusófonos, após um interregno de oito anos e o fim da pandemia da Covid-19.

A reunião, que visa relançar o comércio e o investimento, vai decorrer até Terça-feira e inclui a assinatura do novo plano de acção do organismo, mais conhecido como Fórum de Macau, até 2027.

O documento, segundo a Lusa, vai abranger novas áreas, como economia digital, comércio electrónico, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas, entre outras, como anunciou, no mês passado, o secretário-geral do Fórum de Macau, Ji Xianzheng.

O volume total do investimento directo chinês nos mercados lusófonos aumentou 122 vezes desde 2003, atingindo 6,9 mil milhões de dólares em 2022, indicou o Fórum de Macau, em comunicado.

As exportações de mercadorias dos países de língua portuguesa para a China atingiram 147,5 mil milhões de dólares no ano passado, o valor mais elevado desde que o Fórum de Macau começou a apresentar estes dados.

As exportações aumentaram 6,2% em comparação com 2022, sobretudo devido ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas subiram 11,9%, para 122,4 mil milhões de dólares, um novo máximo histórico.

Pelo contrário, as exportações de Angola caíram 18,7% para 18,9 mil milhões de dólares, e as vendas de mercadorias de Portugal para a China decresceram 4,1% para 2,91 mil milhões de dólares.

A maioria dos países de língua portuguesa exportou menos para o mercado chinês, incluindo Guiné Equatorial (-9,4%), Timor-Leste (-48,7%), São Tomé e Príncipe (-53,8%) e Guiné-Bissau (-40,2%).

Na terça-feira decorre um Encontro de Empresários da China e dos Países de Língua Portuguesa, para o qual o número de representantes de organizações de promoção do comércio e de empresas lusófonas aumentou mais de 40% comparativamente com a última edição, em 2016, disse o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM).

Fórum de Macau foi criado há 21 anos

Desde a criação do Fórum de Macau pela China, em 2003, cinco conferências ministeriais foram realizadas no território no mesmo ano, em 2006, 2010, 2013 e em 2016, durante as quais foram aprovados Planos de Ação para a Cooperação Económica e Comercial.

O Secretariado Permanente do Fórum integra três secretários-gerais adjuntos: o timorense Danilo Afonso Henriques (indicado pelos países lusófonos), Xie Ying (nomeada pela China) e Casimiro de Jesus Pinto (nomeado por Macau).

O Secretariado Permanente inclui ainda nove delegados dos países de língua portuguesa, nomeadamente de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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