Cinema no Museu de Etnologia reflecte passado colonial e identidade guineense

O Museu Nacional de Etnologia, em Lisboa, acolhe, a partir desta Terça-feira, 23, um ciclo de cinema promovido pela Casa da Cultura da Guiné-Bissau para reflectir sobre o passado colonial e dar voz às narrativas do povo guineense. A directora da Casa da Cultura da Guiné-Bissau, Rita Ié, disse que o Ciclo de Cinema "Imagens…
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A directora da Casa da Cultura da Guiné-Bissau, Rita Ié, disse que o Ciclo de Cinema "Imagens da Guiné-Bissau: Memória, Consciência e Futuro", que decorre até 18 de Outubro,
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O Museu Nacional de Etnologia, em Lisboa, acolhe, a partir desta Terça-feira, 23, um ciclo de cinema promovido pela Casa da Cultura da Guiné-Bissau para reflectir sobre o passado colonial e dar voz às narrativas do povo guineense.

A directora da Casa da Cultura da Guiné-Bissau, Rita Ié, disse que o Ciclo de Cinema “Imagens da Guiné-Bissau: Memória, Consciência e Futuro”, que decorre até 18 de Outubro, tem como objectivo “consciencializar e trazer novas narrativas para cima da mesa que não foram contadas”, permitindo que o povo guineense conte a sua própria história.

Rita Ié sublinhou a importância de usar o cinema para reflectir sobre “o passado colonial e tudo aquilo que ficou por fazer ou que ficou por realizar após a independência da Guiné-Bissau e também nos outros países da lusofonia”.

“O cinema, assim como qualquer outra forma de arte e de cultura, é algo que realmente permite-nos preservar essa memória histórica e ao mesmo tempo [a] mostrarmos”, declarou a directora da Casa da Cultura da Guiné-Bissau (CCGB), acrescentando que é importante ter a noção daquilo que é a própria identidade guineense, bem como as suas raízes.

A possibilidade de o povo guineense contar a sua própria história remonta ao ideal de Amílcar Cabral, fundador da nação guineense, destacou.

“A intenção que Cabral tinha na altura era que nós pudéssemos contar a nossa própria história, (…) do nosso ponto de vista e não do ponto de vista do outro”, acrescentou.

Amílcar Cabral decidiu, no início da década de 1970, enviar alguns jovens guineenses para Cuba estudar cinema, para que filmassem as frentes de batalha na Guiné-Bissau, para documentarem a guerra.

Entre estes jovens encontravam-se Sana Na N’Hada, Flora Gomes, Josefina Lopes Crato e José Bolama, com obras presentes na mostra.

Para Rita Ié, citada pela Lusa, é fundamental que a sociedade, sobretudo as novas gerações, conheçam a sua história, “para que possam fazer algo diferente” e que não cometam os mesmos erros e que não caiam nas “mesmas armadilhas” que as gerações anteriores.

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