O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, sugeriu a criação de uma comissão de paz e reconciliação nacional, reconhecendo a necessidade de aperfeiçoar as ações para consolidar a estabilidade no país. Durante o discurso no Dia da Paz, que celebra os 32 anos do Acordo Geral de Paz (AGP), Nyusi destacou que o modelo de paz atual, embora tenha trazido benefícios, ainda enfrenta desafios, especialmente durante períodos eleitorais.
Segundo a Lusa, Nyusi propôs que a comissão integre vários “atores” que reflitam sobre os caminhos para alcançar a paz, justiça e harmonia, inspirando-se em modelos de sucesso implementados noutros países. O Presidente destacou que, apesar do AGP ter colocado fim a 16 anos de guerra civil, uma das mais sangrentas da história moderna, Moçambique ainda vive episódios de tensão política e militar.
O Acordo Geral de Paz, assinado em 1992, em Roma, entre o então Presidente Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama, líder da Renamo, permitiu que o país iniciasse um caminho de crescimento económico e prosperidade. Contudo, o pós-acordo viu várias ondas de violência armada, com confrontos entre as forças governamentais e a Renamo, geralmente motivados por disputas eleitorais.
O mais recente entendimento entre o governo e a Renamo, o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, foi assinado em agosto de 2019, e tem sido fundamental na manutenção de uma paz frágil no país, que ainda busca a estabilidade plena.