Como a Sasol está a redesenhar o ecossistema energético de Moçambique

A Sasol contratou, nos últimos cinco anos, cerca de 160 milhões de dólares em serviços prestados por empresas moçambicanas, valor que representa 90% do total de operações da petrolífera no país. Os dados foram avançados por Hassan Dassat, director do Conteúdo Local da Sasol, durante a XX Conferência Anual do Sector Privado (CASP), em Maputo,…
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Com 90% do seu gasto operacional direccionado a fornecedores moçambicanos, a Sasol reforça a aposta em conteúdo local moçambicano. A petrolífera sul-africana avança com novos investimentos, inclusão económica e a primeira fábrica de GPL do país.
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A Sasol contratou, nos últimos cinco anos, cerca de 160 milhões de dólares em serviços prestados por empresas moçambicanas, valor que representa 90% do total de operações da petrolífera no país.

Os dados foram avançados por Hassan Dassat, director do Conteúdo Local da Sasol, durante a XX Conferência Anual do Sector Privado (CASP), em Maputo, reforçando a estratégia da companhia de aprofundar a integração económica com o mercado nacional.

De acordo com o gestor, cerca de 40% deste montante beneficiou empresas sediadas na província de Inhambane, no sul de Moçambique, onde a Sasol desenvolve as suas operações de exploração de gás. A petrolífera, que opera há duas décadas no país, tem vindo a ajustar o seu modelo de investimento, mas assegura que a prioridade continua a ser o reforço do conteúdo local, mesmo num cenário de gradual redução dos seus gastos operacionais.

Dassat explicou que a empresa está a implementar um plano para ampliar a participação das Pequenas e Médias Empresas moçambicanas na cadeia de fornecimento. Uma das metas definidas prevê que, no âmbito da promoção da inclusão económica, pelo menos 15% das despesas anuais sejam direccionadas a empresas detidas por mulheres. “À medida que reduzimos os nossos gastos, o nosso percentual de contratação de empresas moçambicanas tende a aumentar”, observou.

O director destacou ainda o desempenho do fundo de financiamento criado em 2021 pela Sasol em parceria com o Banco Comercial de Investimentos (BCI). O instrumento já desembolsou cerca de dois milhões de dólares para apoiar cerca de 60 empresas locais, registando um nível de incumprimento mínimo: apenas duas beneficiárias não reembolsaram dentro do prazo.

Em média, as empresas apoiadas viram as suas receitas crescerem 50%, um indicador relevante da capacidade de alavancagem deste mecanismo.

A iniciativa soma-se a um novo marco operacional da petrolífera, concretamente o carregamento experimental do primeiro lote de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) produzido no país, realizado no início de Novembro. O produto é processado na nova Fábrica de Processamento Integrado, instalada em Inhassoro, província de Inhambane, no âmbito do Acordo de Partilha de Produção (PSA).

A infra-estrutura, avaliada em mil milhões de dólares, deverá ser inaugurada ainda este mês e posiciona-se como a primeira unidade de produção de gás doméstico de Moçambique.

Segundo a Sasol, esta etapa marca um avanço significativo no processo de monetização do gás natural e na criação de maior valor acrescentado para o mercado interno. O Governo moçambicano destaca que a nova unidade permitirá reduzir a dependência de importações, aumentar a oferta de combustíveis no mercado nacional e gerar novas oportunidades de negócio e emprego no sector energético.

 

*Com Lusa

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